D E S P E D I D A

Um filme em replay,

Vivi outra vez.

Pessoas chegando,

De cara amarrada,

A garganta apertada,

Sem sensatez.

Grande amargura,

Só desventura.

Sem contento,

E muito lamento.

Sendo a vontade do Pai,

Tudo é bem feito!

Não querendo entender,

Que este padecer

Faz parte da vida,

Uma lágrima contida,

Queimava, ardia...

Meu Deus que fazer?

Quando alguém me abraçava...

Um suspiro arrancava.

E aquela ferida,

Tão dolorida...

Alguém que partia,

Me desmontava.

Um olhar perdido,

Quase sem sentido,

Espalhava-se ao vento.

Era um triste momento,

E a tão forte muralha,

Quase a desabar.

De Deus à presença,

Orações a encaminhavam.

E meu coração ferido,

Aos pedaços, partido,

Teimoso, ofendido...

Não querendo aceitar.

As horas não passavam.

Uns saiam, outros chegavam...

Tudo se repetia!

A tristeza ali rondava,

Feito cenas de um filme,

Que nunca terminavam.

Mais calmo... sereno,

Meu coração abrandava.

No caixão, aquela imagem,

Ao parecer que dormia...

Cena dura, tão forte...

Uma guerreira que partia.

À hora da despedida...

Um momento inconsolável...

Carregado de emoção.

Vidas que se separam...

E a certeza que deixara

É que cumpriu sua missão!

Adeus! Minha mãe querida!

Nos dê a última bênção!

No momento há um vazio,

Triste, imenso, profundo...

Que aos poucos se transformará

Em saudade e gratidão.

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 15/10/2015
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