Dilma
Dilma...
Por onde andam os poetas?
Pelas janelas do deboche
Vejo o povo feito fantoche
Atirar pedras em quem lhe estende a mão,
Insuflados pelos que lhes negaram o pão...
Por onde andam os poetas?
Dos caminhos do vento e do sol,
Quando lhes chama a nação em crise,
Achacada por quadrilhas,
1962 em reprise,
A mesma armadilha,
Do tio sam e apaniguados,
Seu vento ruim sempre esfomeado,
Espalhado pelo nosso estupor,
É desmedida a ambição desse escarnecedor.
Neruda, queremos o seu Canto Geral,
O lavrador do Chile, da América Latina,
Não tinha chão para plantar, à mercê da jogatina,
No Brasil, podemos construir hoje a nossa sina,
Apesar do tio sam e outros assassinos do povo,
Cuja felicidade, para elite é sempre um estorvo,
Discípulo de Neruda, nos acuda,
Nosso povo nem sabe se deve andar triste,
Enquanto a ambição dos covardes persiste,
Crimes lesa-pátria consecutivos,
Com náusea e perplexidade dolorosa nos mantemos vivos,
Apesar do secular chicote sobre nossos lombos,
Prosseguimos cambaleantes após sucessivos tombos.
Já é tempo de o Brasil ser feliz,
Para além desses discursos de meretriz,
Com os quais atribuem a outros seus enganos,
Sua roubalheria torpe e seus fingimentos puritanos.
Esses ladrões do Brasil,
Temos que prendê-los todos em um canil.
Esses abutres de insuportáveis gargalhadas,
E alma gangrenada.
Por onde andam os poetas?
Não defender tu, coração valente,
É uma atitude indolente, abjeta.
Barthes​