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RÉQUIEM A UMA ESTRELA
 


O reino dos boêmios rui, tem termo.
E a voz do romantismo foi-se embora,
porque a estrela Cláudia*, indo agora,
as noites de seresta são um ermo.
 
E, jururu, também estou enfermo.
Contudo, lá no além, o ar melhora,
ouvindo a grande dama, nesta hora,
quando a tristeza aqui é já sem-termo.
 
Calam-se os violões, não há serestas.
A lua recolheu-se e, das canções,
não brincam alegrias ou mais festas.
 
Cláudia Barroso foi (de novo) estrela
ser no infinito, pelas amplidões,
onde os arcanjos vão ouvi-la e vê-la.

 
Fort., 11/10/2015.
 
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(*) Cláudia Barroso (1932-2015), nome artístico da cantora e compositora mineira Amélia Rocha Barroso. Uma das mais expressivas intérpretes da (boa e romântica) Música Popular Brasileira. Tem longa discografia (35 LPs e 10 CDs)  e defendeu sucessos como A vida é mesmo assim, Você mudou demais, Ah! se eu fosse você!, Quem mandou você errar? Há vinte e cinco anos era radicada em Fortaleza. Jurada do Chacrinha e de Sílvio Santos, além de ser habituê em grandes programas como Flávio Cavalcante, Hebe Camargo e Bolinha. Como a maior porta-voz da música de Waldick Soriano, ganhou o epíteto de «a rainha da música brega», quando brega era algo chique, ainda não era sertanojo. Com projeção nacional e até internacional, Cláudia Barroso faleceu nesta sexta-feira, dia 9, tendo agora paz eterna no vizinho município de Eusébio, CE.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 11/10/2015
Reeditado em 12/10/2015
Código do texto: T5411119
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