Mangabeira

Mangabeira

Por Fernando Silva

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Caminhava sonâmbulo sob a brisa da manhã

já sentindo no rosto a aurora trazendo um canto novo,

Sob os pés o inconfundível beijo das águas da recém enchida maré

na Praia da Mangabeira,

Ensaios de uma alma encantada

com o cheiro do boto-rosa

Tocávamos mal o nosso pobre papachibé

e já nos arriscávamos uma ou duas letras napolitanas

Era nossa alma menina

que se envaidecia com singular despertar

As palhas dos velhos coqueiros

qual bailarinas a dançar à melodia do vento do Conde...

Enamoramos faceiros as moças de nossa infância

sonhamos para a vida inteira um coração criança

Cantamos versos em trovas na mesma viola mansa

Em nosso peito mora a mesma grande esperança

Ainda permanece viva na memória a mesma viva lembrança...

Carpina
Enviado por Carpina em 15/09/2015
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