Mangabeira
Mangabeira
Por Fernando Silva
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Caminhava sonâmbulo sob a brisa da manhã
já sentindo no rosto a aurora trazendo um canto novo,
Sob os pés o inconfundível beijo das águas da recém enchida maré
na Praia da Mangabeira,
Ensaios de uma alma encantada
com o cheiro do boto-rosa
Tocávamos mal o nosso pobre papachibé
e já nos arriscávamos uma ou duas letras napolitanas
Era nossa alma menina
que se envaidecia com singular despertar
As palhas dos velhos coqueiros
qual bailarinas a dançar à melodia do vento do Conde...
Enamoramos faceiros as moças de nossa infância
sonhamos para a vida inteira um coração criança
Cantamos versos em trovas na mesma viola mansa
Em nosso peito mora a mesma grande esperança
Ainda permanece viva na memória a mesma viva lembrança...