A alma, o rosto e o coração do Nirvana
Algumas pessoas são como os cometas: passam rapidamente, mas causam uma impressão profunda que não esqueceremos e Kurt Cobain, vocalista e guitarrista do Nirvana que se suicidou com apenas 27 anos de idade, era uma dessas pessoas. Quando assistimos a um clipe a um dos shows da banda, entendemos perfeitamente o porquê dela ter se dissolvido após a sua morte: Kurt era mais do que a voz. Ele era a alma, o rosto e o coração do Nirvana.
Não havia como deixar de prestar atenção a suas performances viscerais, voz rouca e angustiada, maneira passional de tocar a guitarra e a seus intensos olhos azuis, ora petulantes ora doces. Kurt era um artista apaixonado que punha a paixão acima da técnica. Ouvindo-o cantar, podemos constatar que ele não cantava e tocava apenas com a voz e as mãos. Ele o fazia com a alma, mostrando-nos que era um músico talentoso e autêntico, capaz de transmitir emoção à música e contagiar os que ouviam o Nirvana.
Entristece-nos pensar que um cantor e guitarrista tão talentoso não tenha conseguido vencer os demônios pessoais que o levaram ao vício em drogas e, finalmente, à depressão e suicídio, partindo no auge de uma carreira promissora. Devido ao fato de não saber lidar com o sucesso estrondoso e enfrentar graves problemas pessoais desde a adolescência, Kurt era um ser atormentado que não conseguia se enquadrar e, ainda que tenha tentado escapar, acabou sendo agarrado pelo redemoinho dos seus tormentos, desistindo de viver, privando os amigos e familiares de sua companhia e os fãs do seu incrível talento. Para nós, restam as recordações.