SER BOMBEIRO

SER BOMBEIRO É:

Arrepiar-se ao som da sirene, ainda que esteja de folga;

Sentir-se convocado a atuar num sinistro, em plena viagem de férias com a família;

Entregar a pele ao ardor das chamas e não recuar até ver extinta a última fagulha;

É pensar no filho ao socorrer uma criança;

É se deparar com um infartado e engolir o choro ao se lembrar que o mesmo mal te roubou o seu pai;

É experimentar um misto de gratidão e angústia ao socorrer um morador de rua assolado pela madrugada gelada. Lembramos que em algum lugar existe uma cama quentinha nos esperando.

É ouvir em meio ao caos, vozes de alívio gritando: "Graças a Deus os Bombeiros chegaram"!

É atender um acidente automobilístico de madrugada, se deparar com um adolescente morto e a mãe ligando sem parar no celular dele. Nossas pernas tremem, a angústia nos invade.

É fazer amigos, é dar gargalhadas no pátio do quartel, é torcer para que chegue logo o próximo plantão para desabafar com o(a) amigo(a) que tanto te entende;

É ver o amor nascer em meio às continências. É se apaixonar pelo(a) colega de farda, namorar, casar, ter filhos...fazer uma família. Sim acontece, não há regulamento rígido que impeça o amor de se manifestar.

É mostrar garbo e elegância nos desfiles de 7 de setembro;

É se emocionar ao cantar o hino nacional, o hino à bandeira e a canção do soldado do fogo nas nossas solenidades;

É entender que a nossa farda não é uma roupa qualquer, ela representa uma instituição centenária de maior credibilidade no mundo;

É ignorar as nossas dores para estender a mão para o outro;

É perceber na profissão um voto de confiança de Deus em você;

É sentir o fardo da responsabilidade e a alegria do reconhecimento;

É ser o primeiro a ser lembrado pelos vizinhos quando algo foge à normalidade;

É chorar enquanto escreve este texto.

1º Sgt Bm Ivonete Rosa