A ÚLTIMA DANÇA

Minha filha, Mariana, é terceiranista em uma instituição pública de ensino das mais renomadas do país: O Colégio Militar. No caso, o Colégio Militar de Belo Horizonte – CMBH.

Participante ativa de todas as atividades socioculturais e esportivas promovidas pela escola, tais como: dança, teatro, natação, corrida, hipismo, esgrima etc., não deixaria de participar da grande festa preparada em comemoração aos 60 anos daquela reconhecida academia do saber.

O evento contou com a divulgação da história do colégio, da sua importância na preparação dos jovens e formação dos oficiais da reserva, de apresentações de dança e da gloriosa Banda de Música do CMBH, culminando com uma emocionante peça teatral, na qual a Mariana foi protagonista.

Na dança, cada passo, cada movimento, cada expressão, cada olhar, cada sorriso, impressos naquele imponente palco, trazia consigo, um misto de alegria e do gosto amargo de uma fonte prestes à extinção. É que aquela era a sua última apresentação, enquanto aluna do Colégio Militar de Belo Horizonte.

O enredo da peça teatral perpassou pelas gratas lembranças de uma aluna, em relação aos muitos momentos vividos no cotidiano e nas atividades da instituição, finalizando com a dor da despedida, de um angustiante último dia de aula.

O cenário não mais será aquele e, doravante, suas apresentações serão no tão imprevisível “palco da vida”.

Contudo, afora o natural sentimento de perda, preparada que foi por seus pais, por seus familiares, por tão grandiosa escola, espelhando-se nas melhores amizades e com base em sua própria intuição, por certo saberá acertar, a minha querida filha, o ritmo e o compasso necessários a cada demanda.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 20/08/2015
Reeditado em 20/08/2015
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