Ricardinho

Releitura do texto:

http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/4327075

Quanto tempo faz, que tento lhe escrever...

As mais lindas e belas palavras para o seu absorver

E ainda não bastou o imenso aprendizado

Por ti ainda não sei o que é certo ou errado

Faz agora quase quatro anos que a gente se habita

E agora quase entendo no que a gente acredita.

Já não ouço mais tanto o clamor que existia

Mas só de lembrar da nossa imensa sintonia

(olhos enchem, de saudade e alegria

muda o ritmo escolhido para a poesia)

Mas nas minhas mãos ainda estão as mais raras poções

Faço magia que ainda atraem muitas multidões

Em ti, já não deposito meus chatos sermões

Apenas te escrevo, deixando minhas recordações.

Não mais me contenho

Você aceita ainda meu desenho

De barba, tranquilo e desdenho

O amor que verte de sua alma e seu espírito

Me emotiva, motiva e me ensina o rito

Já não roubo seu nariz, em minhas mãos ele não cabe

Mas quando sente a respiração, em meu colo, você sabe

E na releitura, amoleço ainda mais cada parte minha

Pois a lembrança é minha, e tão sozinha.

As balas, que outrora tu não podia experimentar

Fiz que fiz para que pudesse se esbaldar

A diabetes foi curada, junto com muitas dores

Vê agora o meus olhos a transbordar os amores

Lágrimas salgadas, controladas pela razão

Funcionário público Ri, por Deus, minha profissão

O mel da vida, eu me privo, para poder te ensinar

A simplicidade da vida, que eles esqueceram de contar

Sem cadeira no carro, mas talvez barraca e acampamento

Verá agora estrelas e sentirá o frio relento

Brincaremos de roxinho, sentindo o frio da estação

Sem medo de adoecer, pois a mente é a mansão

A cabelera, agora limpa, nem se assemelha a minha barba

O preconceito que carrego, não imaginas a rebarba

Mas a pura e simples educação

Agora o tom de voz é melodia e canção

E você aos poucos cresce e eu tenho muito a aprender

Que vejo hoje que era bobagem imaginar te bater

Você ainda é sapeca, mas cuida do seu irmão

E o padrinho perdeu aquele que via em mim solução

Mas ainda não consigo nas palavras descrever

Agora não encosta no bigode, não sei o que fazer...

Tem vergonha do próprio desenho, como se eu fosse julgar

O que fizeram contigo? Me pergunto a chorar

Mas a vida, tão bela, traz sempre a surpresa

De meus olhos, tranquilos, te darem certeza

De continuar escrevendo para ti, o meu amor

Ou me iludir que valeria a pena compor

Uma poesia sem orgulho, sem viés ou intenção

Da saudade que habita hoje meu coração

Gratidão!

Com amor, do seu

Padrinho