MEU PAI

De todas as vezes que busquei no vazio

O aconchego de seu colo,

O afago de suas mãos,

De todas as vezes que invejei

No abraço recebido por outra criança

O cheiro da presença e da ternura de pai,

De todas as histórias

que a indelével morte calou

Nos lábios da saudade e da lembrança

Em minha memória de criança...

De todas as lições que o destino me roubou

Na ausência sempre presente

Tenho a sua eterna imagem, meu pai...

Como quem ama para sempre

Um amor de mananciais...

Como quem sempre espera

A chegada da primavera

No deserto da existência...

imagino um dia reencontrá-lo

Na etérea esperança de poder vencer

A crueldade da morte

Essa maldita sorte

Que me tirou você,

Meu pai.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 09/08/2015
Reeditado em 09/08/2015
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