Pai
Pouco tenho pra falar de ti,
Eu era tão pequenina...
E você tão gigante,
Éramos como o Sol e Lua,
Vivíamos sob o mesmo teto
E ao mesmo tempo tão distantes.
Sabe Pai!
Quantas vezes eu pequenina...
Tentei me aproximar de ti,
Eu com este coração melado...
Não sabia o que era amor,
Mas sonhava com seu abraço.
Sabe Pai!
Você foi embora muito cedo,
Cresci sem a sua proteção, tive medo.
Rodei sozinha por este mundo afora,
Lutei, briguei com vida, me formei...
E sempre me lembrei de você dizendo,
Filha agora não posso,
O pai não tem condição.
Não demorou a vida em ti definhou.
E eu era tão pequenina!
Hoje Pai!
Meus cabelos já estão brancos,
Trago dentro de mim um cansaço,
Resultado de lutas e sofrimentos
Mas também de realizações...
Fui mãe e dei a ti um lindo neto,
Hoje homem trabalhador
E aqui pai... Dentro do meu peito,
Bate um coração cheio de saudade
De uma pequenina que ainda
Sonha com o teu abraço.
Betina Marcondes _ Reedição