Pai

Pouco tenho pra falar de ti,

Eu era tão pequenina...

E você tão gigante,

Éramos como o Sol e Lua,

Vivíamos sob o mesmo teto

E ao mesmo tempo tão distantes.

Sabe Pai!

Quantas vezes eu pequenina...

Tentei me aproximar de ti,

Eu com este coração melado...

Não sabia o que era amor,

Mas sonhava com seu abraço.

Sabe Pai!

Você foi embora muito cedo,

Cresci sem a sua proteção, tive medo.

Rodei sozinha por este mundo afora,

Lutei, briguei com vida, me formei...

E sempre me lembrei de você dizendo,

Filha agora não posso,

O pai não tem condição.

Não demorou a vida em ti definhou.

E eu era tão pequenina!

Hoje Pai!

Meus cabelos já estão brancos,

Trago dentro de mim um cansaço,

Resultado de lutas e sofrimentos

Mas também de realizações...

Fui mãe e dei a ti um lindo neto,

Hoje homem trabalhador

E aqui pai... Dentro do meu peito,

Bate um coração cheio de saudade

De uma pequenina que ainda

Sonha com o teu abraço.

Betina Marcondes _ Reedição

Betinamarcondes
Enviado por Betinamarcondes em 07/08/2015
Reeditado em 08/08/2015
Código do texto: T5337850
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