ODES AOS MEUS POETAS MALDITOS

AOS POETAS DE MINHA VIDA

Aqueles que me amaldiçoam as palavras e fomenta desassossego.

Aqueles que me atiram pedras e caminha sem me causar arrego.

Aqueles que me infernizam o destino e acende -me coração já sôfrego.

Aqueles que me alvejam a alma e muda me a palavra que emprego.

Aqueles que me inventam pessoas e germina-me a rima que carrego.

Aqueles que me adulteram conceitos e desconstrói me o tal ego.

Aqueles que me ultrapassam universos e seduz me e eu me entrego.

AOS POETAS DE MINHA ALMA

Que germinam-me novas sedes e soltam-me

Que dominam-me em novas redes e avolumam-me

Que brotam-me novas extremidades e compram-me

Que abrilhantam-me novas saudades e largam-me

Que solucionam-me novas igualdades e lançam-me

Que revolucionam-me novas vontades e matam-me

Que falam-me em novas paredes e julgam-me

AOS POETAS DE MINHA FALA

De onde construo a sede de antever minha sina

De onde recuo a forma de rever minha escrita

De onde destruo a norma de deter minha linha

De onde concluo a nota de volver minha ida

De onde atuo a cena de crescer minha vinda

De onde acentuo a letra de cantar minha causa

De onde continuo a posse de conter minha rima

AOS POETAS DE MINHA LUTA

Provocadores de distâncias que habitam minhas saliências

Provocadores de saliências que conjugam minhas resiliências

Provocadores de resiliências que adentram minhas reentrâncias

Provocadores de reentrâncias que provocam minhas malemolências

Provocadores de malemolências que perfuram minhas indecências

Provocadores de indecências que acentuam minhas protuberâncias

Provocadores de protuberâncias que cama minhas distâncias

AOS POETAS DE MINHA PALMA

Ousados por dizerem aquilo que jamais quisemos ouvir

Ousados por quererem aquilo que jamais fizemos sentir

Ousados por fazerem aquilo que jamais ousamos fugir

Ousados por ousarem aquilo que jamais pulsamos gerir

Ousados por pulsarem aquilo que jamais gritamos ferir

Ousados por gritarem aquilo que jamais usamos sorrir

Ousados por usarem aquilo que jamais dissemos parir

AOS POETAS DE MINHA MORTE

Aos que se foram e permanecem incomodando meu amanhecer

Aos que se foram e acontecem independente de meu escolher

Aos que se foram e florescem em terras férteis de meu viver

Aos que se foram e amadurecem contrapondo com o envelhecer

Aos que se foram e evanescem íntegros apesar de desaparecer

Aos que se foram e crescem impuros sem medo de subverter

Aos que se foram e entorpecem e me forçam sua linhagem obedecer

AOS POETAS DE MINHA SORTE

Duvidando da sorte nada mais sou que deturpada pelas suas rimas

Duvidando da morte nada mais sou que aprisionada pelas suas linhas

Duvidando do suporte nada mais sou que enclausurada pelas suas vidas

Duvidando do corte nada mais sou que entorpecida pelas suas métricas

Duvidando do forte nada mais sou que enlouquecida pelas suas falas

Duvidando do norte nada mais sou que envaidecida pelas suas bocas

Duvidando do aporte nada mais sou que estremecida pelas suas lidas

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 30/06/2015
Código do texto: T5294452
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.