À Vida
Eu não tenho mais a força física de menino
E pós-adulto nem os sonhos me guiam mais.
Houve a época da fartura e nela com os sonhos realizados
Pipocavam os foguetes, aríetes da felicidade que parecia eterna.
Com o tempo os campos se desfazem e as flores caem
Nós mesmos criamos pinguelas
E andamos hoje sobre cachoeiras de lágrimas
Súbitas e avassaladoras torrentes de emoções.
Lembrar o passado e reviver
Transformar o choro de alegria em gemidos escalonados de dor.
O Coração e o Tempo são um só guia, magistralmente
Levanta o homem, mas derruba o pedestal.
Sementes não se repetem.
É preciso sempre amadurecer o fruto e tem o tempo certo.
Quando ainda verde cheio de vaidades
Rimos do tempo e depois percebemos que ele calado ria de nós.
Que venha a humildade sem dores e que seja há tempo de ver novos nascimentos feitos com o mais puro amor.