Sobre alguém que merece muito o meu respeito.

Neste mesmo dia a alguns anos sorríamos.

Sem sabermos que em pouco tempo eu choraria.

Eu choraria e você morreria.

"Efêmero".

Só então senti o peso dessa palavra.

A pior parte desta idá, a morte, é o comodismo que prossegue após o luto.

Aquela dor viva e latente acaba transformando-se em suspiros.

E depois em lembranças, a alma acostuma-se com a ausência.

Chega um momento que você já não parece mais existir.

Quanto egoísmo, o tempo passa e nos preocupamos com a roupa, com a política, com a próxima festa, como se sua ausência fosse uma escolha. Como posso?

Em algum momento a dor pulsa no peito, a respiração falha e lembro que você não mais existe, parece uma mentira. Então te peço perdão por minha memória fútil.

Mas talvez seja assim que a alma se recupera, criando a rotina.

E talvez seja assim também quando eu me for.

Sob esta chuva que cai, da mesma forma que caiu quando me despedi de você.

sob esta chuva eu te eternizo nestas palavras, que nada tem de importantes.

Mas que carregam a sinceridade.