Renan

Renan...

Desde pequeno que se vira sozinho. Era o bebe mais tranquilo que eu tinha visto até então. Dormia o dia todo e a noite toda.

Seu irmãozinho Giovanni tinha um ano e três meses quando ele nasceu. E quando perdia a chupeta, não via problema. Sabia onde encontrar uma nova. Ia até o berço onde dormia o irmão e puxava a chupeta com força, fazendo um estalinho.

Renan não se abalava, sacava dos dedinhos e substitui-a-os pela chupeta que lhe foi roubada.

Cresceu,...- nem tanto, era ainda uma criança quando - sozinho arrumou seu primeiro emprego.

Chegou radiante, dizendo que começaria no novo trabalho na semana seguinte.

Depois que chegava da escola, comia rapidamente, pegava sua bicicleta e corria para a locadora de filmes. Trabalhava a tarde toda, até a noite. Sua função incluía assistir aos filmes do acervo para dar dicas para os clientes. E ele fazia isso com maestria. Sabia quase todos os filmes, os atores, e premiações. Sua então patroa conversava sempre com ele, fazia confidências, pedia favores. Ela recorria a ele sempre que precisava de ajuda técnica com seus computadores. Discutiam sobre vários assuntos. Um dia lhe disse que ele nascera para ser advogado.

E ele está se tornando um. Quase. Já está nos últimos meses da faculdade. E já passou no exame da ordem. Ou quase. Só não passou ainda por conta de um desvio técnico. Não foi avisado que não teria tempo para passar as respostas do rascunho para a prova. Fez tudo certo, teria acertado todas as respostas. Não fez cursinho, foi na raça. Mas daqui dois meses ele tentará de novo, e com certeza vai conseguir.

Ele se vira sozinho na vida, faz suas contas e as paga, guarda dinheiro ´para quando precisar fazer alguma coisa que lhe agrade.

Vive sua vida com sua esposa Emeline, os dois se dão bem, discutem, brigam, fazem as pazes. Sobretudo se amam. Formam uma boa dupla.

Ambos sabem o que querem e como fazer para conseguir.

Tenho muito orgulho por ser sua mãe.

Hoje de manhã me lembrei dele. Ontem soube que estava se mudando para uma casa maior. E imaginei-o lá se virando sozinho de novo, fazendo sua mudança. Claro, não estava tão sozinho, tinha a esposa e sogros. Digo sozinho sem nós, seus pais. Me deu uma pontinha de culpa mas um imenso orgulho.

Conte conosco Renan, sempre! Mesmo quando achar que consegue fazer sozinho.

Rosahoney
Enviado por Rosahoney em 23/05/2015
Código do texto: T5251679
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