Cel. Cav.Pedro Arbuez Martins Alvarez.

CAPITÃO DO POVO

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16 de outubro de 2011 às 15:50

PREFÁCIO DO LIVRO DO CEL PEDRO ARBUEZ MARTINS ALVAREZ

Eu não sei de onde me vem esta ousadia que me faz crer que posso prefaciar a obra de alguém por quem minh’alma estremece tanto.

Realmente eu sou suspeito, pois se a biografia fosse um Tribunal eu seria um péssimo juiz e a tal ponto julgo, que o afeto não me faria notar no caráter deste homem, inquinação que, a meus olhos, desvirtuasse o seu mérito incomparável.

As suas virtudes que sempre estiveram acima das artificialidades tão encontradiças no comum dos homens.

A sua rigidez moral superior as praxes de um código mundano, que anda “pela aí” a esfarelar-se na decomposição dos mais nobres sentimentos, como um pobre livro já gasto pelos anos e cujas páginas bolorentas e roídas ninguém manuseia e nem percebe.

Eu não conheço bem como se escreve isto que se chama biografia, nem me parece que enumerar datas e acontecimentos possa constituir, para quem quer que seja um título de nobiliárquico galardão.

Aqui, no entanto ela e mais que isto.

É o testemunho de um homem maiúsculo por todos os títulos, alertando, aos que se lhe venham seguir os passos ,que não se deixem confundir para que, como pontificava o saudoso Sodré ,não percam Fio da História.

Aqui a obra se aminúscula diante deste gaúcho, meio maula, meio taura e que é produto de uma estirpe em processo de extinção.

Lamento a escolha, pois dentre os que honrados com a amizade do Alvarez eu sou o micha da caterva,sou chinfrim,pequeno porte.

Contudo o meu coração entende que lhe devo esta atitude e que a um Mestre não se nega o “estrivo”.

E aqui estou tentando, e é este bem o termo, me desincumbir desta maravilhosa tarefa, que se me concede a oportunidade de estar diante de um dos meus ídolos e, despojado de fatuidades, demonstrar-lhe o quanto me orgulha tê-lo como amigo.

Dou- me por feliz, por ter sido o escolhido para uma tarefa tão deleitosa, porque, nos dias de hoje tão secos e tão cheios de utilitarismos, apresentar aos poucos que ainda não a conhecem uma alma desta envergadura, a mim me parece que é como abrir no tempo um parênteses de resplendor, em que de cada palavra emana um aroma de dedicação e afeto.

O interessante, nestas coisas da aproximação, lembrar que a vida possui descaminhos bastante estranhos,e os fatos se vão a desenrolar e desenvolver, paulatinamente, sem que o quera se dê conta de que no quebra-cabeças da encarnação as peças do jogo parece que já estão preliminarmente marcadas,só que não se tem uma visão global de como ficará, quando todas estiverem encaixadas.

As mais antigas já atingiram um adiantamento na montagem.

Já estão encaixadas.

Já têm uma visão parcial da figura que poderá surgir.

São os praça-velha... e nós os pica-fumos e os frangos.

E é como pica-fumo que me chegam às primeiras notícias desta espécie de homens, mas é só como frangote, que começo a estradejar, por incrível que se lhes possa parecer, os caminhos já trilhados pelo Mestre Pedro.

Dois marcos, durante a caminhada. Santa Rosa e Santa Maria da Boca do Monte.

Lá algumas histórias do Alemãozinho que estão ai no miolo.

E em todas, maula e taura acolherados dão recados da mais pura autenticidade de alguém a quem as estrelas não atemorizam ..

Em 1958 a presença do nosso grupo na direção do Circulo Militar nos aproxima definitivamente e as nossas peças ai se e encaixam como as mãos as luvas. Sob a nova direção e com a Alvareziniana presença nos meandros onde eu me ia assessorar ,nasce a idéia de realizar palestras sobre os Problemas Nacionais, trazendo a Porto Alegre os professores do Instituto Superior de Estudos Brasileiro (ISEB) para gáudio de um sem número de pessoas que lotavam as dependências da entidade até que o Vereador Luiz Sommer Azambuja,pelos jornais,acusa-nos de estarmos a sofrer infiltração comunista e o que é pior o Círculo não refutou deixando-nos pendurados ,o Alvarez e eu ,em nossos modestos pincéis..

Voltamos a nos reencontrar, de fato, em 1963, quando a presença do Mestre empresta um fôlego financeiro comprando as velhas carcaças de viaturas de combate, que obsoletas, eu disse o-b-s-o-l-e-t-a-s serviam para enfeitar do 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado,para que a Refinaria Alberto Pasqualini as empregasse no transporte de enorme canos que usado na construção do nosso oleoduto.

A Redentora nos encontra emparelhados, mas, segundo se diz ,por aí os atiradores de microfone não estavam de plantão,e alguns outros ,talvez "mordidos" conseguiram perder uma parada já vitoriosa ,resultando no que todos têm ,de sobejo, conhecimento.

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Sei que não és o EU SOU, mas reconheço que, em não sendo e

sendo apenas aquilo que és,procuraste estar em paz com a

tua própria consciência , a burilar-te, para que os teus pósteros

pudessem te apontar ,entre colunas, como aquele que

que lutou com denodo para vir se integrar as forças daquele

que É.

Tu és tinhoso de nascença e por herança.

Mistura acre de de-ene-as guerreiros,

que se empenharam em construir com as suas lanças

esta querência. Este rincão nobre e altaneiro.

Pedreiro-livre tu agregaste aos teus princípios.

“o levantar templos as virtudes” ,pois dimanam,

da pedra bruta, ao burilar, todos os vícios,

para que as jóias,te guardassem, à luz que emanam.

A conduzir-te d’Ara ao Altar dos soberanos,

que não se ofuscam com o brilho iridescente

das G-emas que ornam as fontes de quem,com efeito

se sabe justo,distribuindo a todos os manos

pelo exemplo de quem ,,Mestre ,é consciente

que pouco a pouco se te elevam ao grau perfeito ..

Aqui fica o pouco que eu pude escrever sem me deixar sensibilizar pela ternura.

O resto não é para profanos, pois a publicidade viola as delicadezas como o riso viola um santuário e já que me buscam para grafar este retrato deixem que ,nesta minha gravura, palpite um pouco o luar da minha afeição.

Garanto-lhes que, poucas vezes, a minha pena já calejada por estas coisas da literatura tem abandonado o papel, sentindo-se, como hoje, tão orgulhosa e radiante.

Aécio Kauffmann Colombo da Silva.

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Aécio Kauffmann Vô Caburé