Canadá
Passava de meia noite quando terminamos de tomar aquela sopa. Eu não podia ir pro aeroporto, simplesmente não podia.
E vai ser impossível esquecer esta última noite.
No caminho de casa, passando pelo mesmo trajeto que passo todos os dias, pairava um ar tão diferente... Não ruim, apenas diferente.
Observava as ruas e casas desertas como se fosse a primeira vez.
Enquanto ela, com uma das mãos para trás do banco, segurava a minha, acariciando docemente como um sinal de que "vai ficar tudo bem".
Não podia deixar de notar seu grande anel que adornava sua mão, quase idêntica a minha, com uma pedra roxa de Hécate, que reluzia com as luzes da cidade a medida que o carro avançava.
Não conseguia ouvir nada do que conversava com sua amiga, só a bela voz da Loreena McKennitt que invadia o início da madrugada.
E foi com lágrimas, e num forte abraço, o qual eu poderia ficar para sempre, que demos não um adeus, mas um até logo, afinal, sabemos que permaneceremos terna e eternamente conectadas.
Nota: Mais uma despedida da minha amada mãe sagitariana.