O grande ator idealiza, enquanto interpreta um personagem, convencer bastante, sugerindo que ele, o cidadão da vida real, não é quem é, pois passou a ser outra pessoa, o indivíduo do mundo fictício.
As novelas dependem exatamente dessa “transformação”.
 
Um dia o cara carinhoso, muito apaixonado, decide proceder como um conquistador barato, ludibriando um partido alto, uma mocinha rica, almejando assim dar o golpe do baú.
Esse tipo de personagem sorri observando as mulheres apaixonadas. Claro que elas, andando nas nuvens, são enganadas com facilidade.
 
O ator brilhante topa qualquer parada.
Aceita encarar um simples bambolê ou uma audaciosa roda de fogo. Topa, numa boa, o pão, pão, beijo, beijo, porém não hesita se precisar realizar uma viagem ao Pantanal.
Os personagens bonzinhos ensinam demais a conter o desejo proibido, escondendo a indomada revolta quando se sente injustiçado, evitando que o considerem uma fera ferida.
 
No fim da trajetória o talentoso artista acumula experiências, muda o tão sonhador coração de estudante e, após provar sangue e areia, alcança a preciosa sabedoria, permitindo que, sem revelar aflição, ouça a doce senhora lhe oferecer a última valsa.
 
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Usando alguns nomes das muitas novelas nas quais trabalhou, estou destacando aquilo que Cláudio Marzo fez melhor.
Mergulhar nas aventuras da imaginação era pura satisfação. Ninguém questionava sua habilidade nesse ofício especial e mágico.
Trazia o encanto, não só convencia, conseguia seduzir o telespectador.
 
Partiu Cláudio Marzo. A lua me disse que as estrelas exigiram iluminar mais nossas lindas noites.
Era uma vez um magnífico ator o qual mostrou, na TV ou no cinema, o quanto a arte pode florir, preparando os jardins do infinito.
Lá, no sublime recanto celestial, hoje Cláudio Marzo agradece porque confirma que Deus guarda todas as flores aqui cultivadas.
Emocionado ele escuta o suave convite:
 
Querido amigo, olhai os lírios do campo!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 23/03/2015
Reeditado em 23/03/2015
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