COMO E QUANDO NASCEM AS POESIAS
Como e quando nascem as poesias?
impetuosas nascem todos os dias,
do sol, das estrelas e da lua,
no deslumbramento da mulher nua.
Afloram cedo: da fria madrugada,
da aurora e dos braços da amada,
do vagido inocente d'uma criança,
ou no brotar do verde esperança...
Nascem: solitárias na calada noite
e, no sibilar: cortante do açoite.
Na boêmia, noitadas e nos bares,
ou em ondas agitadas dos mares!
Estimuladas por anjos e belas musas,
magoadas, alegres e as vezes confusas,
surgem: do negro, mulato do branco,
do ateu, do pio, do herege e do santo!
Brotam da recordação e da saudade,
livres, sorrindo, jorrando felicidade,
não têm idade, época, tempo ou era,
as poesias trazem: a paz que se espera!
Aparecem revoltas nas ondas do mar
e também conjugadas pelo verbo amar,
livres transitam dentro do meu coração,
ou nos versos sentidos de bela canção!
veem sensíveis, com ardor e estética,
ou sem rimas, frias e sem métrica,
por janelas estreitas a alma adentram:
sonhos, ilusões, quimeras; alardeiam.
Do velho, jovem, homem ou da mulher,
de braços abertos, aceitam de quem vier!
Ascendem no rosto e nos olhos vertem,
tantas as roupagens que as poesias vestem...