COMO E QUANDO NASCEM AS POESIAS

Como e quando nascem as poesias?

impetuosas nascem todos os dias,

do sol, das estrelas e da lua,

no deslumbramento da mulher nua.

Afloram cedo: da fria madrugada,

da aurora e dos braços da amada,

do vagido inocente d'uma criança,

ou no brotar do verde esperança...

Nascem: solitárias na calada noite

e, no sibilar: cortante do açoite.

Na boêmia, noitadas e nos bares,

ou em ondas agitadas dos mares!

Estimuladas por anjos e belas musas,

magoadas, alegres e as vezes confusas,

surgem: do negro, mulato do branco,

do ateu, do pio, do herege e do santo!

Brotam da recordação e da saudade,

livres, sorrindo, jorrando felicidade,

não têm idade, época, tempo ou era,

as poesias trazem: a paz que se espera!

Aparecem revoltas nas ondas do mar

e também conjugadas pelo verbo amar,

livres transitam dentro do meu coração,

ou nos versos sentidos de bela canção!

veem sensíveis, com ardor e estética,

ou sem rimas, frias e sem métrica,

por janelas estreitas a alma adentram:

sonhos, ilusões, quimeras; alardeiam.

Do velho, jovem, homem ou da mulher,

de braços abertos, aceitam de quem vier!

Ascendem no rosto e nos olhos vertem,

tantas as roupagens que as poesias vestem...

Domingo Lage
Enviado por Domingo Lage em 11/03/2015
Reeditado em 20/03/2015
Código do texto: T5166651
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