Nóis na Canastra!

Às vêis nóis labuta, põe a idea na cachola, carcula, rabisca os desêin no paper e nada cuntece!

Inhoutras tantas, nóis num faiz nada, e tudo se dá... tudim.

E nos escritos de Deus, que às vezes se apõe nos garrancho iscrivinhado por a gente mermo, a coisa toma um rumo mermo tudo pareceno disarrumado. Apois, isturdia, adispois de já discunversado o causo de uma visita pruma amiga de São Roque de Minas, entra Jesus na causa pareceno mêrmo qui tá ovino:

- Ocêis vão é lá na Serra da Canastra e é agora! Ocêis num combinô?

E quem é doido de discuti co Hômi? Nóis foi, e foi ligerim... Nóis foi cunhecê a pessoa na pessoa da grande amiga Maria Mineira de São Roque de Minas e dá um jeitim de cunhecê também o rosto qui ela faiz questão de iscondê cum chapeu, dexano na nossa imaginação o derêito de desenhá na ideia a figura qui a figura tem. Aqui nóis toma a liberdade de falá “figura” não no sentido desrespeitoso fazeno poco caso, mas muito pelo contrário, no sentido literar mêrmo, pois até intão, nóis só se cunhecia pelas figura de foto.

Pois bem, nóis viu a cara e, apesar de dizerem que “quem vê cara num vê coração”, nóis tem certeza de que viu tamém o coração dessa pessoa maravilhosa que nos recebeu tão bem em sua casa. Nóis parecia parente dos mais chegado, coisa de irmão pra riba.

Nóis abraçô, nóis tomô café cas coisa mais gostosa qui se pode oferecê pros ôtro no café da manhã, qui nóis chegô lá foi cedo. Nóis prusiô bastante e adispois fumo passiá na serra e na cachoêra Casca D’anta, qui é uma das cachoêra das mais bunita qui já vi.

Nóis foi intermediado pur Fabiana Rocha, minha prima, qui feiz questão de incaminhá nóis pra lá, incrusive amostrando o camim pra nóis tudo, indo in nossa frente, rebolando naquelas curvinhas da estrada qui disincadiava na casa da amiga de quem tô falano.

Nóis foi im grupo de dois carro, sendo no meu, eu, minha muié, minha enteada e o fio dela. No ôtro carro, foi Fabiana cum cumpanhêro dela guiando nóis praqui e pracolá... Óia, ela recebeu bem nóis tudo e parecia que da minha muié já era amiga de infância. Nóis riu foi pur dimais das prosas gostosas que a gente teve. Nóis ria de perder o fôlego. Nesse modelo.

Nóis andô a pé pur um caminzim qui ribitava nóis pro arto do pé da serra, nadonde ficava os pé da cachoêra. Diga-se de passage que aquela passage era pirambêra pura. Si iscurregasse o pé na bêra, pudia incomendá a alma pra Deus, e óia que a alma inda chegaria no céu mancando... A gente se sigurava no que pudia, cada um tomando de conta dos ôtro, mode dá garantia de um bom passeio.

Valeu a pena! Deus preparô pra nóis uma belezura de cascata, cum fumacinha de água in vorta de tudo, e o céu abriu parecendo que Deus tava tirano as curtinas pro sol entrar e nóis curtir e fotografá de um tudo. Inté in arcuíres nóis ponhô o zói...

Como não haveria de faltar, nóis foi ainda comprar queijo, fotografar passarim, andar nas fazenda in roda da cidade e, no fim, ir simbora cum desejo no coração de um dia nóis vortar e viver de novo toda aquela felicidade sem tamanho que transbordou em todos os nossos corações. Obrigado Maria Mineira, que Deus a abençoe!

Charles Lucevan Rodrigues
Enviado por Charles Lucevan Rodrigues em 10/03/2015
Reeditado em 10/03/2015
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