MULHER, SENHORA DA VIDA
“Homenagem às vítimas da violência”
Tu, ó mulher, que vieste ao mundo criança
Por entre flores coloridas, perfumadas
E repletas de uma abençoada esperança,
És obra-prima entre as obras bem-criadas.
Tu, ó mulher, tornaste-te força adolescente
Cheia de viço numa dança acolhedora
E com a força daquele sonho efervescente
Brilhas em cada dia em aura imorredoira.
Tu, ó mulher, que assumiste a fé e a ventura
De seres aquela mãe – vontade consentida –
Entre as lágrimas do sorrir e da ternura
Olhando o fruto da semente renascida…
Tu por fim, ó mulher, que aguentas a labuta
De seres raiz, de seres esteio e moradia
Dos ninhos e dos sonhos voando na disputa
De um horizonte feito azul em harmonia.
Tu, ó mulher, que na vida és ambicionada
Tal qual troféu jogado em mera sedução,
Porque razão tens sido agora amachucada,
Feita em farrapos, sem direitos e condição?
Se é tua a Vida e tens nas mãos o teu destino,
Quem ora te ousa segregar ou violentar?
Quem para ti se faz tirano e ruim cretino
Na desumana guerra pra te escravizar?
P´ la tua saga - de momento pervertida -
Serás sempre, ó mulher, a Senhora da Vida!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA