Safira Laysa Tedesco dos Santos
17 de fevereiro de 2003... Ela havia nascido. Eu com 14 anos, descobri que a cadela de um tio do pai teve uma ninhada de cachorrinhos. Queria um, queria muito um. A que me foi destinada veio a falecer, mas eu bati o pé que não sairia dali sem meu cachorro, e fiz me darem o de outra pessoa: era a cadelinha mais feia com o pelo mais ruim e uma mecha de cabelos brancos na cabeça. Um dia depois da aula, fui com um amigo de bicicleta buscá-la, e dentro de uma caixa de papelão ela foi escorregando de um lado para o outro até chegar em casa. Tinha adorado uma pedra azul que vi na televisão, e a batizei com o nome da pedra: Safira. Nos primeiros dias acordando todas as noites com aquele choro de filhote, depois se acostumou e dormia dentro dos sapatos do meu pai, os outros pares de calçado ela carregava para baixo de um pinheiro, sem estragar nada, só para nos ver buscar. Meses depois nos mudamos e ela foi conosco, para um local seguro, espaçoso e todinho dela. Durante 12 anos ela teve que dividir espaço com cachorros enormes que a engoliriam de uma só vez, cachorros menores que a estressavam um monte. Encantou a todos com seu jeito especial de pedir comida, comoveu com seu olhar de pidona, e cuidou de tudo e todos sempre atenta a qualquer ruído ou movimento. Era só pegar a toalha e ela estava pronta, ao dispor sem reclamar para o banho, era só assoviar que ali ela estava, sempre muito viva, enérgica, correndo com impulso das patas na parede. O pai caminhava e ela o seguia por toda a área, a mãe lavava roupa e ela ia de um lado a outro acompanhando-a. E sobretudo ela foi a melhor amiga que já tive. Sempre na espera, e quando chegava: que saudade! Muitos carinhos, colo, e muitas brincadeiras, Chegava da faculdade e ela estava lá a me esperar. Foi ela quem me ouviu quando ninguém mais queria falar. Foi minha companheira fiel sincera, pois quando não queria carinho, não tinha jeito! Foi professora, vigia, babá, companheira e de adjetivos infindáveis. Era um tudo quando só o nada restava. Tantos momentos bons e alegrias tive e guardo com e por você. Não te comparo a um ser humano, porque fosses imensamente melhor que esta espécie. Eu te agradeço por cada segundo de existência física ao meu lado, por cada sentido e sentimento, e pela vida cheia de tilintar das coisas boas e simples oferecidas por você. Mas como tudo nessa vida, chegou a hora de você ir, evoluir! E ontem, 25 de fevereiro de 2015 você só cumpriu mais uma etapa, mas continua comigo. Já sonhei com você esta manhã e sei que estás bem. Estaremos no coração um do outro para sempre. Serás sempre a minha Safira Laysa Tedesco dos Santos... Te amo eternamente guerreira, porque assim você me ensinou... Até logo!