Susto
O curandeiro estava ali, à espreita, vivo. Como uma cobra venenosa, pronta para dar o bote.
O nome Juraci, foi “aportuguesado”, pelos jovens índios modernos, mas o eterno misturador de ervas não tinha nome.
Tal velho, não buscava, e nem ousou buscar a medicina moderna. Os seus chás, banhos, seções, e conselhos estão todos baseados em seus conhecimentos, e também o de seus antecessores e antepassados.
Naquela madrugada comum, o velho embrenhou-se na mata (que não estava tão escura), e por horas procurava pela erva que poderia usar em sua oca para o seu próprio uso, pois deverás estava adoecido, e os sintomas que vinha sentindo eram todos desconhecidos.
Perto dali, perdido estava o pequeno mascote da tribo, o suricatta chamada pelos pequeninos da tribo de Ranquina.
Tal foi o susto, quando o curandeiro encontrou Ran, que falou à pequena sem pestanejar:
-O que faz aqui? Você não está em sua casa.- Afirmou convicto.
A pequena Ranquina fitou alguns instantes o velho, e saiu com seu andar impar pela mata.
O que poucos sabem, é que a pequena Ranquina respondeu ao velho, que sim aquele era seu lugar, pois se tratava da casa de sua mãe, a mata.
Talvez ninguém saiba, mas o velho soube da resposta do pequeno saltitante, e riu interminavelmente toda madrugada, o que de alguma forma o curou.
Outros que contem passo por passo. Eu também estava lá.