SOB(RE) O RIO PIRACICABA
Quem se importa, aberta a porta:
quem se importa, em pensamentos:
quem se importa, em descontentamentos.
Hoje as portas da impunidade corre caudalosa substituindo o lugar de nossas águas.
E a mágoa?
quem se importa?
A distância do agir fortalece a dissonância da falta do choro do rio que, distanciado da vida, apenas aguarda ações que dignifique-no como seiva que deveria pulsar caudalosa no ventre da cidade que morre com sua morte e sequer percebe o fúnebre cenário que se monta, não nos palcos mas nas nas coxias de da sociedade sem saciedade de poder.
Por sermos filhos, seremos herdeiros de suas águas, da falta delas e da culpa das inertes ações que poderia ser outras, mas que nada é que o cotidiano consumo de si mesmo, num auto antropofagismo que assassina sua mãe, mãos e útero.
Triste saber que nossas águas estão a se tornarem pó...