Homenagem à irmã
Nascemos de um mesmo ventre.
Ainda assim, permanecemos anônimos um ao outro.
Até que uma voz que confiamos e amamos, nos diz: Eis a sua irmã.
Nos admiramos com uma estranheza e daquele ponto em diante aprenderíamos a arte de dividir o espaço, o tempo e a própria vida.
Na tentativa de compreensão dos limites e das diferenças, conflitaríamos até que encontrássemos o caminho do meio.
Diante de repreensões paternais e nas primeiras dificuldades gerais, nos uniríamos em defesa e proteção recíproca.
Frente a inevitáveis comparações, surgiria a definição do que gostaríamos de ser e encontraríamos mutuamente, os traços a serem desenvolvidos e modificados.
Gradualmente aquela incomum sensação inicial, esvairia, dando lugar a um amor puro e desprendido, um natural reencontro.
Abandonaríamos as rivalidades da formação para a cumplicidade de termos nos descoberto.
Lado a lado, passaríamos juntos pelas mudanças e transformações que nos convidariam a partir muitas vezes, nos ensinando a independência, embora já dependentes do sentimento que nos ligava...
Indo e voltando em movimento perpétuo como as ondas, sempre nos encontraríamos!
Já adultos, com a marca de tantas experiencias expressa em nossas faces, ainda vemos aquelas crianças que brincavam, brigavam, riam, choravam...
Lembranças que se reúnem em torno dos nossos pais, que mais do que a vida, nos deram um laço de sangue.
Uma amizade profunda e sincera de simplesmente, sermos irmãos!