GRAVETO - UM ANJO ALADO...
Homenagens ao pequeno anjo em forma de pássaro que
passou sessenta dias ao nosso lado, nos dando alegria,
esperança e gratidão por tê-lo encontrado.
Graveto...
09/02/2013 à 09/04/2013
Queridos amigos!
Durante este interstício em que me vi alijado de meu trabalho, eu e minha amada Rose sofremos muito. Não é, que queando estavámos no mais profundo de nossa amargura, Deus nos enviou uma linda criatura, em forma de pássaro: um anjo alado. A fragilidade de suas perninhas, nos fez apelidá-lo de graveto, porém, a grandeza de sua presença, nos serviu de estímulo e de alento. Foi a partir dali que começamos a emergir das profundezas em que nos encontrávamos e voltamos novamente a sonhar; a acreditar num novo dia; em novas esperanças.
Esse filhote de pássaro, do qual até hoje não identifiquei a espécie, foi salvo por mim, na boca de uma cachorrinha, que pensava ser mais um de seus brinquedos. Salvei-o e soltei-o para a natureza. Uma semana depois ele retornou e passou a nos visitar diariamente; aproximando-se aos poucos, até que tomou coragem e pousou sobre o encosto de minha cadeira de praia e passou a me bicar - como a massagear minha alma. Dali foi para o meu ombro e passou a comer em meu prato e em minha boca. Só faltava falar. Eu levantava da cadeira e o chamava e, ele me seguia. Atendia pelo nome. Infelizmente no dia 09/04/2013, ao tentar tomar água no pote do cachorro, ele não conseguiu alçar vôo e se foi. Cheguei tarde, segundos fatais nos levaram Graveto. Chorei como nunca; como se perdesse um filho. Tentei reanimá-lo. Fiquei mais de uma hora tentando reanimá-lo e chorando. Plantei o seu corpinho sob um pé de jabuticaba, Até hoje ele está lá, olhando por nós. A partir de sua triste partida, as coisas começaram a mudar. Tudo voltou ao normal. Hoje compreendo que ele já havia cumprido sua missão e, completamente arrepiado e emocionado, escrevo essas palavras. Graveto foi nosso anjo alado, enviado por Deus para nos mostrar que não estamos sozinhos, nunca fomos abandonados. Se você estiver passando por algo como nós passamos, olhe para o lado, talvez bem ali também esteja seu anjo alado. Em forma de pássaro? Não sei...depende do que Deus tem reservado.
Abraços.
Gostávamos de te encontrar sempre ali
Rodeando nossa mesa e nosso lar...
Alegravas o nosso dia inteiro;
Voando baixo se tornou um companheiro
E por sentir o amor que queríamos te dar
Tornou a voltar. Mas numa das vezes ao não nos encontrar
O destino quis que viesse nos deixar.
Grande foi nossa alegria
Revelada através de um anjo
Anjo alado que voava ao nosso lado
Voava e nos deixava confortados
E por ser tão sensível apelidamos de graveto
Trouxe consigo os mais puros sentimentos...
Os mais sublimes e os mais lindos momentos...
Gira-gira,voa-voa...
Refaz assim uma linda rotina
Aparece na hora matutina
Vai-te embora na hora vespertina
E deixa em nós uma saudade infinita
Transformamos nossa espera em esperança
O nosso olhar até tenta, mas não te alcança.
Guardei para ti esta homenagem
Repleta de amor e de carinho
Apesar de ser um passarinho
Vi através de um ser tão pequeninho
Esperança, alegria e amor...
Transformadas num pequeno voador;
Ou quem sabe um anjo protetor?!
Guardião de nossa esperança
Revelou num período tão fugaz
A certeza que a vida nos traz:
Viva intensamente cada momento
E deixa transbordar o sentimento
Tão valioso quanto o maior diamante é
O amor que tu trazes ai dentro.
Gravei teu nome na memória
Revelei a todos tua história
Apesar de hoje ser “in glória”
Vale a pena lembrar cada momento
Em que vinhas trazer o teu alento
Tão pequeno e ao mesmo tempo tão grandioso
Onde hoje há somente um lamento.
Grandeza não se mede por tamanho
Revela-se nas menores criaturas
Apesar de pequeno na estatura
Vi num pássaro a grandeza das alturas...
Em que somente ele alcançava;
Toda vez que seu vôo ele alçava
O meu pretenso gigantismo se apequenava.
Graveto foi teu nome escolhido
Rose minha amada quem o deu
Apesar de que foi ela quem escolheu
Vinha a mim o pequeno anjo alado
E ficava sempre ali ao meu lado
Tornando a sua companhia
O maior presente que jamais me fora dado.
Graveto...
Reporta-nos a algo pequenino
Assim tão frágil e tão sensível
Vá ver até mesmo impossível
Em que se tem de ter todo cuidado
Toda vez que há de se tocar
Ou corre-se o risco de se quebrar.
Gelei ao te ver ali inerte
Repousando sobre a água cristalina
Ao pegar tua forma pequenina
Vi que tinhas partido pela última vez
E deixastes o teu corpo de lembrança.
Teu vôo agora ninguém alcança
O teu retorno hoje é só uma esperança.
Grave era nossa situação
Revezes que nos levaram a depressão
Assim tudo em nós era tristeza
Vivíamos a espera de uma surpresa
E encontramos num pequeno passarinho
Toda a luz que emana de um anjo
O anjo que nos devolveu a vida com certeza.
Germinou em nós uma esperança.
Recuperamos a nossa alegria...
Através de uma pequena criatura
Vimos o quanto a vida valia...
E quando ela se foi a semeamos
Transformamos sua morte em energia...
O corpo vai a esperança reinicia.
Ganhamos um grande presente
Raro quanto a sua formosura
Aquele que veio em forma de criatura
Voava sobre nossas cabeças
E espalhava toda a sua candura
Trouxe no pouco tempo de convivência
O melhor que se espera da existência.
Anélio “Rodrigo di Freitas”
10/04/2013