Lanchinho, Agostinho?
Um lanchinho, Agostinho?
O padre Agostinho - que chegaria até a ser meu vizinho - eu conhecera nos meus tempos de seminário quando ele, com uns outros sacerdores, aparecia nas instalações do Seminário de São José, para as reuniões do clero diocesano. Se digo que eram uns quarenta, não diminuo nem aumento não. Era um tempo mais cristão - e padres havia, de montão.
De qual paróquia, eu não me lembraria agora para ligar o padre Agostinho a uma grei, como a seguir definirei em exemplos que declinarei: Sei que o Hugo vinha do Pará de Minas, Guerino e seu irmão Antônio, da Velha Serrana, Parreiras de Carmo do Cajuru, Marciano, da
Abadia. Mas e o Agostinho, viria, afinal de que cantinho?
Não parecia ser homem de muita conversa, mais afeito que era à oração e na constante leitura do Breviário - sem se preocupar em ser vigário, ia seguindo seu suave calvário. Foi o colega Gil, hoje um popular prelado, que me chamou atenção para os hábitos antigos do velho cura e das maneiras suas: pelo andar com os pés espalhados, era um vero dez pras duas.
E ao revê-lo já velhinho e bem vizinho pela minha rua - agora sem o Breviário a lhe cobrir o rosto, no resto é que me acerto, sem precisar ver de perto:
Mais dez minutos, naquele lento caminhar, será hora de lanchar.