SUELY ANDRADE

Nada que eu disser sobre Suely Andrade, dirá mais que os nossos bate-papos poéticos. Seus versos puxam os meus pela mão.

Dividindo queixumes em "Se eu tivesse dez dores":

Se eu só dez dores tivesse

Talvez nem tivesse amores

Pois eles, além das cores

Vêm carregando temores

Que nem tua boa prece

Afasta, prefiro as dores

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Depois, a dor poética comum foi tema em "Paliativo":

Certa vez pensei assim

Me mudei sem levar nada

Pra me livrar da danada

Mas na primeira ablução

Foi grande a decepção

Tava lá e bem pregada

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Reclamando da falta de inspiração, ela pediu:"Desculpa-me, poesia!" E ai, me incumbi do despacho:

Um pleito feito em poesia

Tem concessão instantânea

A secura é momentânea

Teu poço nunca esvazia

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Voando junto em "Lepidez (O lema do vôo)":

Mas que vôo magistral

Teu texto magnetiza

Próprio à brisa matinal

Rastejar jamais poetisa

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Contagiado pela sua "Saudade":

Poesia não vá também

Você assim linda, linda

É feito saudade infinda

Sentida perto de alguém

É bastante olhar de lado

Ter o peito aliviado

Quando vislumbro meu bem

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Extasiado com "Os Caminhos da Minha Semeadura":

Vezes me averbo suspeito

Mas não resisto, sem jeito

Teu verso me invade o peito

Te leio em gozo perfeito

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Agradecido com a ajuda "Pra Burlar o Enredo":

Sem o chocolate

Pra topar o embate

Também sem conhaque

Pra peitar o achaque

Desta vida enredo

Vou lendo teu verso

E enfrento o universo

Já sem nenhum medo

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Juntos contra o preconceito em "A Cor da Noite":

De África vozes

De ébano sonhos

Mentes atrozes

Se impondo algozes

Sempre medonhos

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Boquiaberto com sua "Matur(idade)":

Caramba Mz. Andrade

Vi tudo e revivi, é verdade

És tradutora da vida e não é palpite

Saquei tudo acredite

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Acordando com "O Arrebol", pra denunciar uns certos "Eus Disfarçados":

Que belo o teu arrebol

Estrela cantando ao sol

E por falar em casal

Vi dois em papo banal

Inda agora em meu quintal

Um dos dois vi que é meu eu

Vai ver se o outro é o teu

Obrigado minha cara Andrade, receba meu carinho!