MEU HERÓI ADMINISTRADOR
Sandra Fayad
Sandra Fayad
Meu herói concluiu o curso universitário. Agora ele é Administrador profissional para efeito de currículo e de inserção no mercado de trabalho.
Administrar não é função nova na sua vida. Faz parte da sua jovem história. Administrou internação em UTI infantil, morte inesperada da avó paterna, disciplina doméstica, separação dos pais, mudança de residência e de escolas, acidentes e, por fim, a triste descoberta do diabetes aos treze anos. Até aí era uma criança com todas as infantilidades que a vida lhe permitia. Mas desse dia em diante foi obrigado a ter responsabilidades feito gente grande. E ela chegou - não através de um processo gradual, natural. Chegou como um raio e incontáveis trovões em meio a uma tempestade assustadora.
Eram tantas regras, conselhos, recomendações; tantos exames, senões, controles, tantos se... E vieram as agulhinhas, canetinhas, vidrinhos, picadas, furadas, aparelhos, aparatos...Ele só entendeu bem quando foi para a internet conferir tudo. E pesquisou as origens, estatísticas, estudos científicos, probabilidades de cura, tratamentos convencionais e alternativos. Pesquisou tudo o que a literatura e os relatos lhe ofereciam ou poderiam oferecer. Selecionou e concluiu. Em pouco tempo já era especialista no assunto. Mesmo assim, sofreu duros reveses nos ajustes das dosagens dos medicamentos. Em alguns momentos desanimou, em outros se rebelou, mas nunca desistiu da própria saúde e dos estudos. Por ser carismático, simpático, solidário, sempre esteve cercado de muitos amigos. Alguns deles são como irmãos e o ajudam a se cuidar quando saem para as baladas e viagens. Aprendeu a ser boêmio, sem deixar que a boemia atrapalhasse os cuidados básicos e necessários à preservação da saúde. Há rotinas (diária, mensal, trimestral, anual) com as quais não quer e não pode se descuidar, mas vive como qualquer jovem da sua idade que gosta de se divertir, namorar, "pegar" e curtir. A responsabilidade com a saúde não lhe tirou a vontade de assumir outra responsabilidade a partir dos dezessete anos. Foi trabalhar, primeiro com o tio, depois em estágios oferecidos por vários Órgãos Públicos, para os quais se inscrevia, submetia-se a testes, provas e entrevistas, e se dava ao luxo de escolher o que lhe parecia ser o melhor. Ganhou elogios pessoais e formais e presentes dos chefes e colegas. Concluiu a Faculdade, sem nunca ter repetido uma série desde a alfabetização.
Meu herói não é um herói brigão. Ele é um herói alegre, sensível, fortemente ligado à família e de bem com o seu espaço. Pratica esportes, conversa com os mais velhos, sabe ouvir, é questionador, politizado e atualizado com o que acontece à sua volta e no mundo.
Meu herói é estável. Só o vejo triste quando tem a impressão que suas referências passam por abalos.
Meu herói tem planos e ambições sadias, ideias e ideais, civismo e esperança.
Por isto, e por dezenas de outras razões, é que comemoro - com muito orgulho - o momento da sua colação de grau aos 21 anos de idade.
Parabéns, Thiago André!
Vó.
Brasília, 16-12-2014
www.sandrafayad.prosaeverso.net
Administrar não é função nova na sua vida. Faz parte da sua jovem história. Administrou internação em UTI infantil, morte inesperada da avó paterna, disciplina doméstica, separação dos pais, mudança de residência e de escolas, acidentes e, por fim, a triste descoberta do diabetes aos treze anos. Até aí era uma criança com todas as infantilidades que a vida lhe permitia. Mas desse dia em diante foi obrigado a ter responsabilidades feito gente grande. E ela chegou - não através de um processo gradual, natural. Chegou como um raio e incontáveis trovões em meio a uma tempestade assustadora.
Eram tantas regras, conselhos, recomendações; tantos exames, senões, controles, tantos se... E vieram as agulhinhas, canetinhas, vidrinhos, picadas, furadas, aparelhos, aparatos...Ele só entendeu bem quando foi para a internet conferir tudo. E pesquisou as origens, estatísticas, estudos científicos, probabilidades de cura, tratamentos convencionais e alternativos. Pesquisou tudo o que a literatura e os relatos lhe ofereciam ou poderiam oferecer. Selecionou e concluiu. Em pouco tempo já era especialista no assunto. Mesmo assim, sofreu duros reveses nos ajustes das dosagens dos medicamentos. Em alguns momentos desanimou, em outros se rebelou, mas nunca desistiu da própria saúde e dos estudos. Por ser carismático, simpático, solidário, sempre esteve cercado de muitos amigos. Alguns deles são como irmãos e o ajudam a se cuidar quando saem para as baladas e viagens. Aprendeu a ser boêmio, sem deixar que a boemia atrapalhasse os cuidados básicos e necessários à preservação da saúde. Há rotinas (diária, mensal, trimestral, anual) com as quais não quer e não pode se descuidar, mas vive como qualquer jovem da sua idade que gosta de se divertir, namorar, "pegar" e curtir. A responsabilidade com a saúde não lhe tirou a vontade de assumir outra responsabilidade a partir dos dezessete anos. Foi trabalhar, primeiro com o tio, depois em estágios oferecidos por vários Órgãos Públicos, para os quais se inscrevia, submetia-se a testes, provas e entrevistas, e se dava ao luxo de escolher o que lhe parecia ser o melhor. Ganhou elogios pessoais e formais e presentes dos chefes e colegas. Concluiu a Faculdade, sem nunca ter repetido uma série desde a alfabetização.
Meu herói não é um herói brigão. Ele é um herói alegre, sensível, fortemente ligado à família e de bem com o seu espaço. Pratica esportes, conversa com os mais velhos, sabe ouvir, é questionador, politizado e atualizado com o que acontece à sua volta e no mundo.
Meu herói é estável. Só o vejo triste quando tem a impressão que suas referências passam por abalos.
Meu herói tem planos e ambições sadias, ideias e ideais, civismo e esperança.
Por isto, e por dezenas de outras razões, é que comemoro - com muito orgulho - o momento da sua colação de grau aos 21 anos de idade.
Parabéns, Thiago André!
Vó.
Brasília, 16-12-2014
www.sandrafayad.prosaeverso.net