Ao Dr. André Rabelo de Vasconcelos
Dedico
Ao
Dr. André Rabelo de Vasconselos
(Eminente Delegado de minha terra e da Paraíba)
Sou o vate das noites em claro
Amigo íntimo dos raios da lua
Se ao vale do infindo me declaro
A sombra vulgar me inquieta nua!
Ouço o bulício crepitar das folhas
Aos prantos do vento que vem,
Que inunda o rio a fazer bolhas
Me ensurdece na voz de ninguém
Suscitas-me o fardo fútil do porvir
As notas febris da melancolia,
Aos céus,- as vagas hão de vir
A terra,- os ardores da agonia
A formiga transcende a matéria
Carpindo a órfã pagã -a natureza
Quem expurga o sangue da artéria
Sem antes banir a nociva tristeza?
Sou nato das horas inoportunas
Fio cruento das cinzas adormecidas
Filho casto das montanhas e dunas
Botão opaco das ramas desfalidas!
Não possuo riqueza a mais que esta
De sentir o pranto quando canto
De morrer na vida quando há festa
Sorrindo a lágrima do vil encanto!
Pombal -PB,
12 de Dezembro de 2014.