Quintana
Quando Mário Quintana morreu,
um certo torpor me tomou a vida.
Uma preguiça de escrever, de ler...
Senti sua falta como de um amigo
que passando férias comigo
fora embora sem se despedir,
deixando como lembrança
seus grilos que cricrilavam
a cada quinze dias numa página de revista.
E um monte de anjos, sentados,
numa fila de sala de espera,
aguardando uma próxima edição
que, certamente, não virá.