MANOEL GOMES DE AGUIAR
TENHO ORGULHO DE SER SEU NETO Agradeço a Deus a oportunidade de homenagear este grande homem. filho, irmão, tio, pai, avô, amigo, em fim tudo que foi Vovô Maneca.
Ícone que inspirou a família e pessoas a acreditar que sempre podemos ser mais, sempre podemos ser fortes, sempre podemos ser unidos e liderados pelo exemplo de vencer!
Este homem me inspirou muitas vezes por suas qualidades que conheci melhor através dos meus pais, tios e primos que, em histórias da sua vida, me revelaram não um homem comum, mas um Herói, um Mourão que muitos pensariam duas vezes antes de tentar derrubar.
Em retribuição, gostaria de revelar agora um grande segredo: eu, motivado pelo grande homem que foi vovô Maneca, assumi comigo mesmo o compromisso de que ,sempre que possível, manteria o trabalho dele entre a família; assumi que seria um dever preservar sua obra, que para mim representa a FAZENDA BREJIHO,.
Sofri muito para alcançar este objetivo, o que na verdade se tornou uma compulsão. Agora, sinto-me realizado e reconhecido, pois consigo ver que, mesmo não podendo ter unificado a fazenda toda, não é isso que importa, vejo que a grande obra de seu Maneca, não foi a FAZENDA BREJINHO, e sim o que ela representa que é a nossa FAMÍLIA. Família esta que, assim como os meus pais, sempre esteve ao meu lado durante toda a minha vida.
Hoje tenho a oportunidade de ser proprietário de uma fazenda parte da então Fazenda Brejinho e já semeei as primeiras sementes de capim, ou melhor, semeei sementes que levarão outros a refletir sobre o valor da esperança, da fé, das possibilidades que cada um carrega de ser tão bem sucedido, como este homem chamado MANECA DO BREJINHO.
Pensei que já teria escrito tudo o que era necessário para homenageá-lo, e realmente não escrevi, gostaria ainda de relembrar poucos momentos que se passaram entre mim e ele, antes do acidente que o deixou desacordado:
Lembro-me, de quando tinha uns doze anos, de uma caminhada que fizemos juntos saindo da Fazenda Caburé até o Brejinho, continuando em em direção à fazenda de Toninho Brito; antes de atravessarmos o riacho, ele me ensinou como fazer a travessia: “primeiro se tira a sandália, depois arregaçava a calça até o joelho e quando chegamos do outro lado continuamos de pés descalços para a terra enxugar os nossos pés”. Até hoje eu uso este ensinamento dele.”
Outra passagem que lembro é quando, do alpendre da casa do Brejinho, perguntei a ele de que raça era meu cavalo e ele me disse: Mangalarga com Campolina.
Lembro do dia que ele fez um cabresto para eu usar em Dois de Ouro, isto já na Fazenda Mata!
Recordo-me também do dia em que estávamos sentados em duas cadeiras de balanço na sala da casa do Brejinho, quando o cachorro vermelho lhe sobiu ao colo, ele me ensinou uma passagem clássica:
” Melhor um cachorro amigo, que um amigo cachorro!”
Já em Aracaju, com ele depois do acidente, ainda jogamos algumas partidas de Damas; ele realmente não gostava de perder!
Também analisávamos os cavalos de carroça que passavam em frente à casa dele na avenida Hermes Fontes: cavalos pampos, cavalos pretos, tordilhos, castanhos, alguns de passada outros sem marchas nenhuma. E eu aproveitava a sua experiência.
Assim a vida continuou e não mais tivemos tempo de conversar, jogar Damas, analisar cavalos e eu ainda hoje sou um homem que imagina como seria a nossa vida se ainda tivéssemos ele entre nós.
Tenho orgulho de ser neto de Seu Maneca e de saber que “seus ensinamentos foram lançados em terreno fértil” (Hermínio José, 1991).
Eurípedes Manoel de Aguiar Menezes