À Amabilidade em Pessoa
Inda hoje sabemos da dificuldade
De separar da intimidade
O humor, a vaidade e a razão.
Pois é bem o que pensamos
Quando brigamos
Até quase rolar no chão.
E não há paz que dure,
Cabelo escuro que perdure,
Em picuinha de família
Ninguém mete o bedelho, não!
Só a Mãezinha, coitada,
Cansada já de mirar
(Pois na falta de berro, há sempre um chinelo a voar!)
Se pega pela juba um fedelho
As crias saem em disparada
Escondem-se feito coelho
E sossegam por um tempo
Numa toca apertada.
Mas não se deve reprimir que és
Mesmo que muitos não vejam através
Da inconstante maturidade,
Do desejo de atenção,
Mesmo com maneirismos sem moderação,
Como congelar a imagem na afirmação:
Boca entreaberta, olhos arregalados,
Distância entre os pés para manter a posição.
E a companheira, ironia?
Por vezes aliada, mas quase todo dia
Odiada. Por vezes, conveniente,
Indecente gargalhada.
Embora concordemos que tudo se acabe num desastre
Não há alegria maior que se alastre
Quando se juntam, faceiras,
As irmãs, a distribuir zoeiras!
Isto, sim, é um bê-á-bá da vida
E não vejo o que lhe possa pagar,
Pois não importa o quanto vá perdida
Sempre sabe para onde voltar,
E será – quase – sempre bem recebida
Sob tabefes, abraços, o que o coração mandar...
Feliz Aniversário, minha irmã!
09.10.2014