TRIBUTO À QUINTANA
Onde está o poeta?
Que cantou os cataventos?
Que vestiu as asas do poema
E atravessou as janelas
À procura do tempo?
No espelho mágico
Um fantasma verde
Assim como os musgos e as heras
Absorve calado
A dor e o gemido
Das ruas velhas
E das estátuas quebradas
Pelos homens e pelo tempo
Da doce e terna Porto Alegre.
Ainda existem lampiões
Escondidos nas varandas
E pesados baús nos sótons e nos quartos
Os lampiões abrigam pirilampos
E os baús estão cheios
De fantasmas aprisionados.
Não se perdeu a imagem
Nem a insônia
O poeta não está morto
Apenas percorre em silêncio
Os caminhos do outono
Graças a Deus
Não se perdeu a poesia!