ARACY

Aracy, conhecida pelos mais íntimos como Odete . Conhecida também, como aquela que pintou o quadro de tua vida com as cores do coração. As cores mais sublimes do infinito profundo de tua alma. Teu vocabulário foi a mais pura poesia. Sempre otimista, propagou a vida em plenitude. A alegria de viver foi festa durante o teu existir. Valorizou a amizade, a família, as boas relações humanas, a harmonia, apreciou o perdão, a vida religiosa.

Invoquei ajuda do Nosso Amado Jesus Cristo e à Trindade Santa para descrever-te, pois mereces as palavras mais belas. Tua partida provocou-me um abalo que paralisou minhas habilidades criativas. Ainda estou neste abalo. Gosto de escrever tudo aquilo de bom, que minha alma emana . Minha caneta é o coração, pois ele filtra tudo o que é verdadeiro e puro, como o são os pensamentos das crianças.

Conheci-te ainda jovem e ficamos amigas. Eras já mãe dos dez. Vi como os educou perseverante no caminho do bem. Presenteaste o mundo com três cavalheiros e sete damas. Tornaste- te rara pérola entre nós , no ser e no agir. Observei como um dos teus cavalheiros te cumprimentava no teu sair ou na tua chegada. Sempre com ternura a cumprimentava beijando-te na testa. Hábito, embora bonito, exclusivo em nosso meio. Decidi-me, então ser mais que tua amiga. Passei a fazer parte da família, com o título de nora, claro. Não dava para perder a oportunidade. Fui bem recebida por todos, e hoje me orgulho de fazer parte desta bela família.

Não me será possível esquecer nem a Odete, nem a Aracy. Ambas com lindos cachos nos cabelos. Belos cachos soltos, pareciam molas. Sempre me imaginei como um netinho teu brincando de balanço ou de escorregar nestes lindos cachos. Fiz longos saltos neles, nós sabemos!

Um dia senti um frio estranho percorrer-me o corpo, procurei a causa, e logo ao encontrar-te, vi que meu tobogã natural não estava ali. Alisaste a franja, e com ela encobriste a testa. Pedi-te que me apresentasses a causa. Logo veio a triste notícia, de que meus brinquedos imaginários teriam pouco tempo de vida. Fingi não acreditar, mas não adiantou. Pedi ao Papai do Céu porquê ? Ele me disse que também queria brincar nos cachinhos dos teus cabelos. Parabéns Aracy pela maneira santa que cumpriste a tua missão !

Lindalva
Enviado por Lindalva em 19/09/2014
Reeditado em 20/10/2014
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