HUGO YVES

HUGO YVES - saudades!...

Decerto Deus não projetou o ser humano para morrer. Então, não é fácil, a gente em sã consciência, aceitar a morte com naturalidade. Sobretudo, prematuramente como a do nosso querido Hugo. Já escrevi sobre isso: Não aceito resignado, a maneira brutal como a Dama da foice arrebatou o meu amigo. Mas, como cristão, atento-me para o Livro Santo que diz: "Nas tuas mãos, estão os meus dias".

Quero acreditar que a partida do meu amigo Hugo não representa o fim da sua história e sim uma pausa para o começo de novas tarefas numa outra dimensão. A vida, é uma estrada, disse Fernando Pessoa, onde almas se encontram e se separam. A morte é uma curva dessa estrada. Morrer é apenas não ser mais visto.

Hugo voltou pra Casa do Pai e nos espera para concluir o diálogo interrompido. Falarei dele, hoje, da maneira como sempre falei, sem mudar o tom nem usar ar solene, ou de dor.

Não deixarei que a morte desprezível, mate, também, a lembrança dos momentos alegres que tive com meu amigo Hugo, na sua "La Boderia" , ouvindo o seu repertório de musicas românticas...

Uma pessoa só morre quando a última pessoa que a conheceu deixa de falar dela... Hugo se manterá vivo em nossas lembranças e será visível através do olho vigilante da nossa memória. Hoje morto, mas nunca ausente. “É a cinza dos mortos que cria a pátria!..”

E, na esteira dessas considerações, Ernest Renan ajusta-me o sentido com esta exuberante afirmação: A pátria compõe-se dos mortos que a fundaram assim como os vivos que a continuam. Estar vivo não nos distingue radicalmente dos mortos, pois a longo prazo, todos nós estaremos mortos!.

“Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade. E por isso, nunca procuremos saber por quem os sinos dobram, eles dobram por nós...”

Hugo Yves ou simplesmente Hugo de Edésio, meu sempre grande amigo, não morreu, renasce para a vida eterna. Aqueles qua amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós e nós deixa com muita saudade. Saudade que vem da lembrança, que vem da ausência, que nem o tempo pode apagar, pois saudade boa não passa.

Uma floração póstuma para o nosso querido Hugo de Edésio e que Deus o receba bem.

Vai em paz, amigo, com o meu afetuoso abraço.

Manoel Rocha Lobo
Enviado por Manoel Rocha Lobo em 17/09/2014
Reeditado em 18/08/2021
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