O CANDEEIRO DA VOVÓ.
O CANDEEIRO DA VOVÓ.
Chagaspires
Era de porcelana com manga de vidro; tinha desenhos na parte de baixo o que emprestava a peça um ar de coisa nobre.
A vovó tinha um amor especial pelo candeeiro chinês.
Todas as noites ela o acendia e sua luz amarelada enchia de vida o aposento.
Aquele candeeiro viu o passar do tempo.
Anos vividos guardados no baú das ilusões.
Já de cabelos branquinhos e de estatura franzina, tinha passado pela vida laboriosa sem enxergar a curva dos anos.
Sentia a falta do vovô que DEUS levou alguns anos atrás.
Aquele candeeiro presenciou cenas de uma vida que jaz adormecida pelo pó do caminho.
Muito chorou a pobre criatura quando lá um dia, com as mãos tremulas, deixou cair aquela preciosidade.
O candeeiro se esfacelou, e foi como se tivesse partido seu coração.
O tempo passou e a vovó também se foi para DEUS.
Nunca mais aquele quarto foi o mesmo.
Hoje me resta somente à saudade da vovó, e de seu candeeiro.
Nota do autor: Dedico este texto ao primo Bianor Monteiro, poeta, músico, amigo e quase um pai; que com certeza se encontra junto à vovó no outro lado da vida. O Título “ O CANDEEIRO DA VOVÓ”, foi tema de um de seus poemas.