CORAÇÃO NO PORÃO
REPUBLICAÇÃO – Escrita de 1988
Ofereço a um amigo dos tempos tenros, quando ambos achávamos que sabíamos muito do mundo e de nós, apesar das fundas dúvidas, desde sempre, sobre todas as coisas. Apesar delas... apesar delas.
Esqueci meu coração-menino no porão, coração-menino certamente todo empoeirado. Há que resgatá-lo, há que. Não tenho como prosseguir, não tenho mais como viver sem meu menino coração. Há que achá-lo, em algum canto do porão. Todo empoeirado, certamente, esquecido que ficou lá, por mim... em algum fundo do porão.