Para ser Psicólogo
                                      Águida Hettwer
 
      Não há necessidade de ser mágico ou guru, apenas tenha disponibilidade para ouvir, sem contestar com imediatismo, fórmulas regurgitadas do senso comum, ou aplicações normativas. Para ser psicólogo, é preciso desprender-se de tudo que foi dito como “normal”, convenhamos bem de perto ninguém é santo. E por falar em santidade e normalidade, é outro parâmetro que deve ser abolido. O psicólogo não tem a missão de julgador, pelo contrário tem como objetivo a empatia, simbolicamente estende a mão, e auxilia o sujeito andar com seus próprios passos, encontrando recursos internos e externos que possam ser-lhe favorável para seu restabelecimento psíquico.
         Ser psicólogo é emprestar o ouvido, para que o sujeito através da fala elabore, crie e recrie dentro de si mecanismos sadios. Quem empresta ouvido clínico, possibilita humanizar as relações ( um ser disponível para outro ser) trazendo átona, sofrimento e medos passíveis de serem tratados. À medida que me coloco no lugar do outro, o domínio da teoria é apenas um acréscimo, a palavra soa poesia, a alma reencontra um caminho.