JOSE LOBO

JOSÉ ROCHA LOBO.

A vida não é complicada como achamos, nem tão simples como dizem. Ela é apenas como a gente faz ela ser...

Para o meu irmão José Rocha Lobo, a vida sempre teve um sabor diferente; festivo e romântico, tipo poema ritmado. Ele tem de especial o compasso rítmico que forma essa cadência de harmonia. O compasso da igualdade e da simplicidade.

Tudo nele é simples; até o nome é simples. Um monossílabo de duas letras forma a palavra “Zé”, que expressa com autenticidade a simpleza de o seu existir.

Duas coisas projetam o homem acima das coisas mundanas: a simplicidade e a pureza. A primeira busca Deus; a segunda o encontra. Zé Peru, como é carinhosamente conhecido, encontra-se nesse contexto, dando prova que não se escraviza com correntes de ouro e faz da bondade a sua oração...

Demorei 60 anos pra ver isso em Zé, e me alinhar com o seu pensamento e seu jeito de ser e viver. Por mais que me deliciasse com os sábios filósofos de outros séculos e deuses de todos os credos, alinho-me, hoje, com a experiência do meu irmão. Ele tem maior capacidade de albergar a minha alma...

Dono de uma simplicidade e ingenuidade perene, com a cara de paz e jeito de menino, vive o momento presente, sem matar o espírito de criança que um dia habitou nele e cultiva até hoje o mundo de sonho e de alegria infantil.

Nós, homens do conhecimento, disse Nietzsche, não nos conhecemos; de nós mesmo somos desconhecidos... O fato é que não há verdade absoluta sobre as coisas. Cada qual vai aprendendo da sua maneira a melhor forma de tocar os seus dias.

Zé Peru, sem ter ninguém pra lhe ensinar, com o mundo foi aprendendo a ser sábio pra comprovar a máximo: Não existe saber mais ou saber menos; existe apenas saberes diferentes. Ninguém sabe mais ou sabe menos; cada um sabe um pouco e a maior sabedoria mora com gente humilde igual a Zé. Tudo que sabe, aprendeu com o encorajamento, com as coisas que ele queria aprender, quando quis aprender, da forma que soube aprender... E assim, aprendeu e conquistou um caráter humilde para lidar com as relações morais e éticas desse mundo.

Para Zé, na natureza tudo está como deve estar; ele compreende as coisas pela simples razão delas existirem; nunca se preocupou em dar provas do seu conhecimento ou pensamento. Isso pra mim, é sabedoria, é filosofia é poesia...

Enquanto os sábios e abastados vivem solitários, tristes e angustiados, Zé Peru vive feliz, sempre com o estilo de vida caracterizado pela despreocupação com relação a bens materiais, grandes projetos e as normas convencionais. Tem um coração boêmio, uma alma poética e uma aura de fluidos sentimentais intensos. Ele não é um gênio; é um boêmio românico como os poetas! Um sábio de Santo Estevão. Um irmão extraordinário e benfeitor.

Que o Santo Deus prolongue os seus aqui na terra com saúde e paz !..

Manoel Lobo.

Manoel Rocha Lobo
Enviado por Manoel Rocha Lobo em 25/08/2014
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