Viva Artur!

Em 1906, Santos Dumont fez um voo autônomo e controlado ao redor da torre Eiffel. Desde então, mais de um século passado, nenhum outro brasileiro destacou-se em primeiro plano no cenário mundial em atividade intelectual. Não existe nenhum cientista brasileiro reconhecido no primeiro plano do cenário mundial, nenhum filósofo, nenhum outro inventor. Temos um papel absolutamente secundário no cenário mundial, não participamos da construção da cultura humana, nossa colaboração é pífia.

A matemática é uma atividade viva e efervescente, avançou bastante no século XX; vem crescendo, se desenvolvendo constantemente. Um dos inúmeros ramos da matemática criados no século XX a computação, trouxe consequências óbvias e radicais, alterando virtualmente todas as atividades humanas nas últimas décadas. A computação surgiu de elucubrações matemáticas aparentemente sem relação com nada, como são todas as coisas que não conseguimos compreender.

Mas alguns eleitos compreendem.

O prêmio recebido por Artur Ávila equivaleria, no futebol, ao de melhor jogador do ano. Difícil saber quem foi o melhor, se Messi, Roben, Cristiano Ronaldo... difícil haver consenso sobre qual o melhor, mas entre um certo grupo de craques o prêmio estaria em boas mãos. Não se ganha um prêmio desses à toa.

P.S. Estou construindo um site em:

http://gustavogollo.wix.com/gustavo-gollo4

Não conheço o trabalho de Artur, não o compreenderia, mas sei que deu duro, penou, labutou, jogou com garra. Também tenho certeza que usou habilidade, brilhantismo; certamente inovou, desvelando o que outros igualmente brilhantes não conseguiram ver. Todos os méritos são de Artur!

Mas há esperança no ar. Não foi por acaso que vivemos, no Brasil, à margem da cultura mundial. Somos extremamente ignorantes, absurdamente ignorantes. É difícil sair desse estágio inicial, dar os primeiros passos.

Antes da internet era impossível para um brasileiro acompanhar o desenvolvimento mundial; a inexistência de brasileiros relevantes na construção da cultura humana decorre em grande parte de nosso isolamento.

O trabalho de Artur é uma chama brotando, pela primeira vez, em nossas terras, enorme alento; gigantesca esperança.

Viva Artur!