Ariano

Ontem amanhecemos nublados,

Hoje em lágrimas nos desmanchamos.

Eu e o Recife.

Um texto que não apreciamos.

Um fato sem propósito

Que ainda não aceitamos.

E agora, quem aquietará as nossas inquietações?

Quem alimentará a nossa fome de encantamento?

Quem fará flutuar a nossa alma?

Quem em um misto de firmeza e leveza se oporá à mediocridade?

Quem nos fará rir diante das verdades expostas?

O nordestino de branco, o rubro amado por todas as nações

O cavaleiro armorial de muitas faces

A "madeira de lei" que aos cupins bravamente resistiu

O frágil corpo que já não comportava tamanha genialidade,

No seio da terra foi plantado

E a nós, pobres mortais, nos resta resistir

E lutar com as armas dele e por ele.

Obrigada, mestre Ariano.

Elô Araújo
Enviado por Elô Araújo em 14/08/2014
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