REVERÊNCIA
A milênios aqui esteve
Dentre nós o Rei dos reis,
ungindo com seu sangue
a mente pura dos justos,
amainando a dor, curando enfermos,
ressuscitando mortos,
pregando e cultivando o amor,
e alertando os incautos.
Quem não se inebria
com o cantar dos pássaros?
Quem não se encanta
com a magia do por do sol,
e seus lumaréus de arrebol?
Com a faceira e esplendorosa lua
em cumplicidade com tantos amantes?
− O que pensas que eras d'antes?!
Vil verme humano, d'onde pensas
que vieram seus sentidos,
tu, que cedo ou tarde ao pó tornarás?
D’ onde pensas de quem vem,
O dom mágico da fala, do tato,
O paladar e o fulgor da visão,
O cheiro inebriante de mato
Na imensidão inescrutável das matas?
E a beleza e perfume das flores,
que serve de encantamento a mil amores?
E a cristalina água das fontes
Com suas quedas murmurantes?
Da neblina o véu, trás dos montes
com seus arco-íris fulgurantes,
De quem provém? De ritos e mitos?
E ainda existem tantos e quantos céticos
Com tanta ignorância e incoerência...
Não surpreende ser esse mundo o berço dos aflitos!!!
Homenagem ao "Grande Arquiteto do Universo"