NOVO MUNDO DE ESPERANÇÀ
(Monólogo)
Eu, tu, nossos amados filhos,
uma linda e maravilhosa família.
Ungida e formada no amor,
na paz, e na alegria de viver,
Sem dúvidas uma realidade vivida
com intensidade, tão curtida
que não dá pra se esquecer,
Mas... que pouco tempo durou!
As boas coisas, dentre elas, os amores
sonhos e quimeras, passam depressa,
não deixam marcas nem seqüelas,
dão as costas à prudência e aos temores.
Ah! Como é ávida a vida... e bela!
E qual crianças, com inocência e alegria,
vivemos esse mundo de fantasias,
que nos encanta, a brincar, brincar.
Já nada mais importa, aqui, dentre nós,
somente a felicidade conta!
Mas qual megera, invejosa, a Realidade pergunta:
- Felicidade, é esse o nome do sentimento
por trás de teu sorriso? Sois frágil, fraca!
Veja esse semblante pálido (diz com desdém).
Hum! Que movimentos imprecisos! E gargalha.
Com um estrondo, um barulho infernal,
aterrorizante e avassalador, a nossa porta bate,
bate e bate, esmurra e chuta!!!
O Sofrimento, insensível e cruel, esse maldito!
Sem cerimônia em nossa casa adentra.
O tempo pára, a ira e o desespero nos corroem,
os momentos de tristeza, intermitentes,
em escárnio nossos sorrisos transformam.
Irremediavelmente, a todos destroem,
- Droga! Essa maldita droga!!!
- Oh! Não! Meu querido filho,
o que fizeste! A quanto estás?
Em que te transformaste?
Como e de quê tão dependente?
Porque não me disseste?
- Por que em mim não confiaste?
Eu teu pai, que a ti tudo dei
e a quem, sempre, acima de tudo eu amei!
Será? Meu Deus! Onde foi que errei!!!
As lágrimas secaram, já não mais as temos,
já não mais nos encontramos, não mais felizes somos.
Entretanto os pesadelos se multiplicaram,
essa, nossa única certeza, vazios estamos!
Enfim, confusos, já não sabemos
se devemos acordados ficar, massacrados
pela dura realidade, ou angustiados,
nos parcos momentos de sono, entrecortados.
Quem és, que tanto me lembra
nosso amado e querido filho?
Tu, que embora seja, tão diferente dele o é,
cadavérico, os olhos intumescidos,
as pupilas cheias, sem expressão e tão sofridos?
Os lábios, outrora belos e carnudos,
a me chamar papai, tão ressequidos,
o corpo, agora esquálido, pálido.
Oh! Meu Deus, tão curvado e mal nutrido.
Tuas mãos finas, delicadas,
que tanto me afagaram, em estertores,
trêmulas, nervosas, sujas
ao enuncio de falsos amores,
Prontas à movimentos estranhos, furtivos,
a injetar-lhe com pontual freqüência,
o maldito e mortal veneno,
alimentando seu descontrolado vício!
Em nossas preces, já não mais as súplicas
pela recuperação impossível,
mas que Deus se apiedasse e o levasse
poupando-o e a nós, de tantos sacrifícios.
Eis que, repentinamente, um branco e divino véu,
sobre o negro manto do infortúnio se espargiu.
E nesse sagrado e abençoado momento,
o milagre aconteceu. Nosso filho resistiu!!!
Com a benção dos céus, finalmente se superou.
Recuperou sua perdida auto-estima,
trazendo novamente, paz, harmonia, alegria,
e reconforto a nossos corações.
Uma dádiva divina, a volta de esquecidas emoções,
E um NOVO MUNDO DE ESPERANÇAS tomou forma.
E nossa realidade, com fortes convicções...
em objetivos de vida e para a vida se transforma!!!
Homenagem à maravilhosa família
do Instituto Novo Mundo