ROBIN WILLIANS



 
          Eu me lembro de ti e me lembrando de ti eu me lembro de mim. Dos filmes tão belos e fundos que protagonizaste, lembro-me em particular, neste momento, de SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. Eu ainda podia sair comigo para ir ao cinema; eu, mestra, em crise profissional, em crise já de todas as coisas em crise, vendo-te na pele do professor magnífico que, entre tantas coisas,  ensinou  seus alunos a subirem sobre as carteiras para poderem ver o mundo por outro ângulo, desprogramando, assim, a visão "oficial" desse mesmo mundo. A imagem que postei mostra a cena em que os alunos se despedem de seu capitão, expulso da Instituição Escolar - leia-se "expulso do Status Quo Imperante" - por ser um libertário e por querer educar para a liberdade, coisa que não costuma ter lugar em nenhum status quo, à direita, bem como, também não, à esquerda. Educar para a liberdade não convém a nenhum, a nenhum status quo.
          Ave, Robin Williams. Ave, por todas as belezas que nos trouxeste, essas que eu louvei aqui e outras tantas. A espécie e a causa da tua morte contradizem tua arte, é verdade, mas, não tiram o brilho do que ela, tua arte, é e significa.
Dolorosa, terrível contradição. Vida/Arte/Morte/Arte... ah, contradição que tantas, infinitas vezes em e para tantos se manifesta, se manifestou e, miseravelmente, não será a derradeira vez  e o derradeiro ser em que se manifestará. Miseravelmente... e isso dói, como dói!