PEQUENO PREITO A LUIZ, MEU PAI
Republicação – Com reformulações neste momento
Meu pai, a ti que há mais de um quarto de século te foste para outro plano, só quero dizer o quanto compreendo e respeito e o quanto me curvo e me hei de curvar, sempre, diante da memória da tua vida de trabalho e de exclusiva dedicação a teus dois filhos e à tua mulher; haverei sempre de fazer-te justiça, por tua renúncia voluntária aos voos muito mais altos a que poderiam ter tido direito tuas asas, pai, tuas asas que ficaram aqui, sempre a nos proteger enquanto durou-te a vida terrena (agora estás em outros aprendizados, embora eu tenha a certeza de que permanecemos em ti).
Mais do que nunca te compreendo, pai. Cada dia te compreendo mais. Meu maior objetivo permanece continuar a ser, o mais que consiga, digna de ti, honrando tua memória. Que também minhas asas, feitas para voos muito maiores, mostrem-se ainda (apesar do enorme cansaço e inércia e desencanto delas, pobres asas!) capazes de amar e de proteger minha mãe e os mais seres, os mais seres da minha vida que precisem de amor e de proteção; que estas minhas agora tão frágeis asas ainda sejam capazes de oferecer a estas pessoas bem-amadas (apesar das tantas minhas perdas interiores, perdas de mim e da quase toda a vida que eu me quis, bem como dos sonhos em que acreditei), o amor e a proteção que elas, asas, possam ter, ainda, condições de oferecer.
Neste presente tempo preciso, mais do que nunca, de forças vindas do Alto, vindas do Alto, pai. Se puderes, intercede por mim, tu que me conheces de verdade, tu que, apesar de ateu no teu tempo na Terra e dos teus humanos limites e falhas, foste um dos maiores cristãos que eu conheci.
Saudades, pai.
Escrita na noite de 6 de agosto de 2012. Republicação com vários acréscimos, incluindo o último parágrafo, na ainda manhã de hoje, 7 de agosto de 2014 (acréscimos apesar da funda ausência de palavras que digam, realmente, este presente momento).
Mais do que nunca te compreendo, pai. Cada dia te compreendo mais. Meu maior objetivo permanece continuar a ser, o mais que consiga, digna de ti, honrando tua memória. Que também minhas asas, feitas para voos muito maiores, mostrem-se ainda (apesar do enorme cansaço e inércia e desencanto delas, pobres asas!) capazes de amar e de proteger minha mãe e os mais seres, os mais seres da minha vida que precisem de amor e de proteção; que estas minhas agora tão frágeis asas ainda sejam capazes de oferecer a estas pessoas bem-amadas (apesar das tantas minhas perdas interiores, perdas de mim e da quase toda a vida que eu me quis, bem como dos sonhos em que acreditei), o amor e a proteção que elas, asas, possam ter, ainda, condições de oferecer.
Neste presente tempo preciso, mais do que nunca, de forças vindas do Alto, vindas do Alto, pai. Se puderes, intercede por mim, tu que me conheces de verdade, tu que, apesar de ateu no teu tempo na Terra e dos teus humanos limites e falhas, foste um dos maiores cristãos que eu conheci.
Saudades, pai.
Escrita na noite de 6 de agosto de 2012. Republicação com vários acréscimos, incluindo o último parágrafo, na ainda manhã de hoje, 7 de agosto de 2014 (acréscimos apesar da funda ausência de palavras que digam, realmente, este presente momento).