Chaves (Parte 6 "Seu Madruga")
Mora com sua filha, Chiquinha
Bordões: "Que que foi, que que foi, que que há?", "Só não te dou outra porque...", "Dá licencinha pro Madruguinha que ele vai tomar um cafezinho", "Não é uma coisa que se diga, minha nossa, que bom, mas..."
O velho Senhor Madruga, chamado pelas crianças de chimpanzé reumático. Vestido em roupas velhas e acabadas, é o pai de Chiquinha, e ficou viúvo quando ela nasceu, pois sua mulher preferiu que a filha nascesse. É um homem simples, maduro, sem educação, pois nunca terminou a escola. Ao invés de estudar, teve de trabalhar muito para sobreviver. Hoje em dia, embora diga que lhe faltam oportunidades, Seu Madruga se deixou entregar à preguiça e foge do trabalho como o diabo foge da cruz. Tenta sobreviver como pode fazendo toda a sorte de bicos. Já trabalhou como sapateiro, carpinteiro, leiteiro, cabeleireiro, pintor de paredes, jardineiro, vendedor de churros, fotógrafo, comprador de objetos usados, etc. Solteirão, é alvo constante das cantadas de Dona Clotilde. A velha senhora vê neste viúvo a chance para desencalhar, e tenta apanhá-lo pelo estômago, que é uma de suas maiores fraquezas. Mas ele gosta mesmo é de Glória, tia da Paty, que mora no 21. Madruga vê no Chaves seu reflexo de quando ele era criança e tenta ser tolerante com as encrencas que o garoto arruma. Mas quando o Chaves apronta alguma com o Quico, o bochechudo logo grita em busca de sua mãe, e a velha Dona Florinda irrompe porta afora, já acusando Seu Madruga de ter feito o filho chorar (embora algumas vezes isso seja verdade, quando Madruga o belisca). Aí, ela o esbofeteia, Quico o chama de gentalha, ele perde o controle e joga o boné no chão, pisoteando-o. Neste meio tempo, surge o Chaves, e diz algo engraçado sobre sua vovozinha. E lá vai o Chaves tomar um croque, que vai colocá-lo a chorar e a se esconder no barril.
Ramón Goméz Valdés y Castillo, mais conhecido como "Seu Madruga]" foi um famoso personagem da série de TV dos anos 1970 "El Chavo del Ocho" (nome dado no México) e "Chaves" (nome conhecido no Brasil.
Nascido na Cidade do México em 2 de setembro de 1923, Ramón teve como pais Rafael Valdés Gómez e Guadalupe Castillo.
Como todos os filhos do casal tinham seus próprios apelidos, ele ficou conhecido como "Moncho".
Quando tinha dois anos de idade, se mudou com a família para Ciudad Juárez em Chihuahua, onde seus irmãos, Germán Valdés "Tin Tán", Manuel Valdés "El Loco", e Antonio Valdés "El Ratón Valdés", começaram a trabalhar como atores.
No início da carreira atuou em pequenos filmes, junto com seus irmãos, e também com papéis nos filmes de Pedro Infante e Cantinflas, famosos comediantes mexicanos dos anos 60.
Ramón foi um veterano no cinema, o qual atuou em mais de 100 filmes, nos quais destacam-se "Calabacitas tiernas" (1948), "El rey del Barrio" (1949), "Soy Charro de Levita" (1949), "La marca del Zorrillo" (1950), "Fuerte, audaz y valiente" (1960) e "El capitán Mantarraya" (1969). Também atuou em novelas como "Lupita" (exibida no Brasil pelo canal de televisão "SBT" no ano de 1985).
Embora tenha dedicado a maior parte de seu trabalho ao cinema, a carreira de Ramón atingiu seu ápice na TV, com "El Chavo del Ocho", que no Brasil passou a se chamar simplesmente de Chaves, por comodidade.
Em 1968, Roberto Gómez Bolaños, mais conhecido como Chespirito (O próprio "Chaves"), o convidou para fazer parte de seu elenco ao lado da atriz María Antonieta de las Nieves (Chiquinha) e Rubén Aguirre (Professor Girafales).
Juntos, dão início ao programa "Los supergenios de la mesa cuadrada", que em 1970 se transformou em "Chespirito" e durou até 1973.
Em 1971, Chaves estreia e em 1973 é a vez de "El Chapulín Colorado".
Embora tenha se destacado como "Seu Madruga", Ramón Valdés fez várias outras interpretações, como o pirata Alma Negra, Tripa Seca e a paródia aos EUA "Super Sam".
As pessoas que conviveram com Ramón Valdés afirmam que ele era, além de muito talentoso, uma pessoa de personalidade forte, mas divertida e atenciosa.
Roberto Gómez chegou a dizer que ele foi o único comediante que já o fez “morrer de rir”.
Afirmação semelhante teria feito Edgar Vivar, o "Senhor Barriga".
Com o público, dizia-se que Ramón Valdés era sempre muito amável e respeitoso, dando atenção aos seus fans sempre que possível.
.Em 1979, o ator passou a trabalhar com Carlos Villagrán (Quico), que havia saído um ano antes por divergências com Roberto Gómez.
Ambos fizeram várias viagens para apresentar o show Federrico, onde Ramón interpretava Don Moncho, dono de uma loja.
Em 1981, no entanto, após vários convites, Ramón Valdés voltou a trabalhar com Roberto, desta vez com o seriado Chespirito, que voltara a ser gravado.
Em 1987, trabalhou com Carlos Villagrán no programa "¡Ah que Kiko!" (“Kiko” passou a ser usado por Villagrán pelo fato de Roberto Gómez ter os direitos sobre o nome “Quico”), mas não ficou muito tempo, já que também se dedicava ao seu circo.
Além disso, seus problemas de saúde se agravaram ao ponto de impedí-lo de trabalhar.
R amón Valdés era amigo de praticamente todos os seus colegas, mas teve especial amizade com três atores de Chaves: Carlos Villagrán, Angelines Fernández e Edgar Vivar.
Quando Ramón já estava no hospital, já muito mal de saúde, Carlos Villagrán percebeu a situação e, com uma atitude digna de bons amigos, disse: “nos vemos lá em cima, no céu”.
Ramón respondeu: “não se faça de louco, nos vemos lá embaixo, no inferno”.
Edgar Vivar e Valdés eram praticamente vizinhos, segundo o próprio Edgar em algumas entrevistas.
Muitas vezes iam para as gravações juntos.
Pouco antes de Ramón Valdés falecer, Edgar Vivar lhe fez uma visita no hospital e Valdés brincando lhe disse: "Senhor Barriga, não poderei mais lhe pagar o aluguel" conta Edgar emocionado ao falar do amigo.
No início da década de 1980, um tumor maligno foi descoberto em seu estômago, provavelmente oriundo de outro tumor já existente em seu pulmão.
Ramón Valdés era um fumante muito ativo, não largando o vício nem mesmo quando permaneceu internado.
Passou a maior parte do tempo dos seus últimos dias sedado no hospital por conta das fortes dores.
No dia 9 de agosto de 1988, aos 64 anos de idade, faleceu.
No enterro de Ramón, Angelines Fernández permaneceu cerca de duas horas ao lado do caixão, lamentando profundamente a morte do amigo.
Durante todo o velório, permaneceu dizendo “mi rorro”, apelido carinhoso que atribuiu a Ramón.
Amigos e familiares afirmam que Angelines nunca mais foi a mesma depois desse dia.
Descuidou demais de sua saúde e acabou falecendo quase 6 anos depois de Ramón devido devido à um câncer de pulmão.
Ramón Valdés tornou-se um dos comediantes mais queridos do mundo.
Ainda hoje, seu personagem na série El Chavo del Ocho (Chaves) é cultuada.
É de longe o personagem mais famoso do seriado, conquistando até os tempos atuais, mesmo muitos anos após o lançamento da série, mais carisma do que Chaves, o personagem principal do seriado, principalmente no Brasil.
O próprio Chespirito já citou em diversas entrevistas que seu personagem preferido da série e melhor comediante, é "Don Ramón", afirmando que Valdés foi o único comediante, até hoje, que já conseguiu fazê-lo chorar de rir.
O sucesso do personagem "Seu Madruga" de Ramón Valdez fez tanto sucesso no Brasil, que existem diversos itens à venda com suas "caretas" e frases, como camisetas, bonés e chaveiros, bem como também existem comunidades de fãs espalhadas por todo o país.
Nos últimos anos de sua carreira, Ramón Valdés dedicou-se a viajar com seu circo por todo o México.
Causa da Morte: Ramón Goméz Váldes [Seu Madruga] morreu em 09/08/1988 com 64 anos de idade, vítima complicações provocadas por câncer estomacal.
Sepultamento:
Cemitério "Mausoleos del Ángel".
Cidade do México - México.
Talvez o personagem favorito dos fãs do seriado, ele é um cara muito simples que está sempre fazendo bicos e trambiques para sobreviver. Vive fugindo do Senhor Barriga para não pagar o aluguel da sua casa onde mora junto a sua filha Chiquinha. Sempre foge também da Dona Florinda para não apanhar, pois sempre leva culpa pelas trapalhadas feitas pelo Chaves.