PRIMO EUCLIDES, TIDINHO QUERIDO
Ele se foi deste plano há muito tempo, mas, ninguém pode esquecê-lo na nossa família. Jovem, aprontou todas; casado com minha querida prima Maria do Carmo, foi esposo e pai amoroso dos três filhos, Lenira, Wagner e Liliana. Desde sempre, um ser por todos querido, profundamente querido.
Quando os filhos já crescidos, a filha mais velha, Lenira, com cerca de 20 anos, aconteceu-lhe o terrível acidente que o deixou, primeiro em cadeira de rodas, depois preso a uma cama. A partir daí foi surgindo, aos poucos, sua face angelical.
Todos os anos, pessoas da família inteira, bem como "agregados", nos reuníamos, nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro, na casa ampla, incrivelmente hospitaleira, da minha prima Carmem (ninguém a chamava de Maria do Carmo, seu nome de batismo), de seu marido Tidinho, e dos três filhos, na cidade de Mogi das Cruzes onde, até hoje, mora a grande maioria das pessoas da família.
Tomávamos todas, comíamos de tudo, cantávamos, dançávamos e, ainda na madrugada do novo ano, saíamos todos em cortejo triunfal pelas ruas da cidade, com Tidinho à frente, na cadeira de rodas. Era um sentimento indescritível. Isso durou até que ele teve que ir para a cama, da qual não pode sair mais. Pensam que algo mudou, que ele se tornou um ser amargo? Que nada, muito ao contrário.
As festas foram perdendo o brilho original, claro. Todavia, ao entrarmos no quarto onde ele precisava se quedar todo o tempo, nos aguardava o seu sorriso. Que sorriso, que aurora límpida a do primo Tidinho para todos! E não só o sorriso, como a sua palavra. Não havia ninguém que entrasse triste em seu quarto e conseguisse, daquele quarto, sair triste como havia entrado.
Hoje, os três filhos, a mais velha, Lenira, com a filha adolescente e um já belíssimo rapaz, a mais jovem, Lili, com seu marido, o "cowboy", como é carinhosamente chamado, e o do meio, Vaguinho, com seus dois garotos e as gêmeas, todos, como eu disse antes, continuam a morar na mesma cidade; rarissimamente os vemos, porque nos é impossível ir para lá, para Mogi. As festas, também a de fim de ano prosseguem, em casas diferentes, onde se reúnem ainda. A presença dele, do nosso querido Tidinho nos permanece, perene: na casa que ele habitou com sua e nossa sempre amada Carmem, igualmente presença sábia, profundamente amorosa, a morar, ainda, na mesma antiga casa; em seus três filhos, nos parentes, nos amigos; em mim, em minha mãe, em todos e em cada um de nós. Nosso eterno, nosso para sempre Tidinho: flor-de-luz.
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Singela homenagem na ainda manhã de 11 de setembro de 2012. Texto revisto nesta noite de 27 de julho de 2014.
Nota. Foto muito, muitíssimo antiga. Tidinho, o segundo à esquerda, tocando violão, ao lado do primo Gil, de bigode. Ainda não havia acontecido o acidente com ele, Tidinho. Eu não estou presente nessa foto.
REPUBLICAÇÃO
Quando os filhos já crescidos, a filha mais velha, Lenira, com cerca de 20 anos, aconteceu-lhe o terrível acidente que o deixou, primeiro em cadeira de rodas, depois preso a uma cama. A partir daí foi surgindo, aos poucos, sua face angelical.
Todos os anos, pessoas da família inteira, bem como "agregados", nos reuníamos, nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro, na casa ampla, incrivelmente hospitaleira, da minha prima Carmem (ninguém a chamava de Maria do Carmo, seu nome de batismo), de seu marido Tidinho, e dos três filhos, na cidade de Mogi das Cruzes onde, até hoje, mora a grande maioria das pessoas da família.
Tomávamos todas, comíamos de tudo, cantávamos, dançávamos e, ainda na madrugada do novo ano, saíamos todos em cortejo triunfal pelas ruas da cidade, com Tidinho à frente, na cadeira de rodas. Era um sentimento indescritível. Isso durou até que ele teve que ir para a cama, da qual não pode sair mais. Pensam que algo mudou, que ele se tornou um ser amargo? Que nada, muito ao contrário.
As festas foram perdendo o brilho original, claro. Todavia, ao entrarmos no quarto onde ele precisava se quedar todo o tempo, nos aguardava o seu sorriso. Que sorriso, que aurora límpida a do primo Tidinho para todos! E não só o sorriso, como a sua palavra. Não havia ninguém que entrasse triste em seu quarto e conseguisse, daquele quarto, sair triste como havia entrado.
Hoje, os três filhos, a mais velha, Lenira, com a filha adolescente e um já belíssimo rapaz, a mais jovem, Lili, com seu marido, o "cowboy", como é carinhosamente chamado, e o do meio, Vaguinho, com seus dois garotos e as gêmeas, todos, como eu disse antes, continuam a morar na mesma cidade; rarissimamente os vemos, porque nos é impossível ir para lá, para Mogi. As festas, também a de fim de ano prosseguem, em casas diferentes, onde se reúnem ainda. A presença dele, do nosso querido Tidinho nos permanece, perene: na casa que ele habitou com sua e nossa sempre amada Carmem, igualmente presença sábia, profundamente amorosa, a morar, ainda, na mesma antiga casa; em seus três filhos, nos parentes, nos amigos; em mim, em minha mãe, em todos e em cada um de nós. Nosso eterno, nosso para sempre Tidinho: flor-de-luz.
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Singela homenagem na ainda manhã de 11 de setembro de 2012. Texto revisto nesta noite de 27 de julho de 2014.
Nota. Foto muito, muitíssimo antiga. Tidinho, o segundo à esquerda, tocando violão, ao lado do primo Gil, de bigode. Ainda não havia acontecido o acidente com ele, Tidinho. Eu não estou presente nessa foto.
REPUBLICAÇÃO