EUNICE ARRUDA, POETA BRASILEIRA
Eunice Arruda, poeta brasileira, uma das maiores. Publicou seu primeiro livro É tempo de noite, em 1960. Poeta de lirismo de alta voltagem, por seu extraordinário poder de síntese, pela funda percepção dos paradoxos do existir, intérprete das crispações do ser marcado pela transitoriedade, pelo precário da coisas em seu estar-sendo-já partindo... é dona de linguagem personalíssima, com a precisão muitas vezes de um bisturi, sempre com o sentimento de solidariedade fundante e abrangente pelos desvalidos das mais múltiplas naturezas.
Eunice Arruda, sensibilidade ímpar, poeta de estirpe cujo trabalho, ao longo de 50 anos de produção ininterrupta, vem dignificar nossas Letras contemporâneas e de todos os tempos da nossa Literatura, de maneira muito, muito mais do que significativa, assim como também nos campos do haicai, haicaísta exímia que é. Efetivamente, não se pode afirmar conhecer-se o melhor da Poesia brasileira se não se conhecer o trabalho poético dessa poeta magnífica a quem tenho o privilégio de conhecer e, para minha mais funda alegria, também o direito de chamar de amiga.
Eunice Arruda, sensibilidade ímpar, poeta de estirpe cujo trabalho, ao longo de 50 anos de produção ininterrupta, vem dignificar nossas Letras contemporâneas e de todos os tempos da nossa Literatura, de maneira muito, muito mais do que significativa, assim como também nos campos do haicai, haicaísta exímia que é. Efetivamente, não se pode afirmar conhecer-se o melhor da Poesia brasileira se não se conhecer o trabalho poético dessa poeta magnífica a quem tenho o privilégio de conhecer e, para minha mais funda alegria, também o direito de chamar de amiga.
QUATRO POEMAS DE EUNICE ARRUDA
OBSERVANDO - I
sim
há
as horas de trégua
Quando se afiam
as facas
Do livro " Os Momentos" (1981)
O POEMA
Ouço seu
som
bater de asas
inseto aflito
Mas ele me recusa
não se deixa ser
por mim escrito
Um dia leio este poema de outro poeta
Do livro " Mudança de Lua (1986, 1ª edição;1989, 2ª edição)
A duras penas
o tempo parou:
enterramos o morto
nos misturamos à terra
a
duras penas
conhecemos o nosso verdadeiro nome
De "Gabriel" (1990)
INDIGN/AÇÃO
ter
tantas
moradas
e
habitar um corpo
Do livro "Debaixo do Sol" (2010)
Fonte: Livro POESIA REUNIDA - EUNICE ARRUDA, PANTEMPORÂNEO, 2012.