O ROSTO JOVEM DO MEU PAI



 
O rosto jovem do meu pai. O homem que fugiu, com 18 anos,  da história feudal de sua família de origem, para enfrentar realidade desconhecida. O homem que, entre outros ofícios, foi garimpeiro. O homem que sonhou e viveu a lutar pela utopia em que acreditava. O homem que me ensinou a ter honra, acima de tudo; o homem que me ensinou, com seu exemplo, que pela honra, se necessário, deve-se renunciar aos outros bens que se tenha ou que se almeje ter: Este, o rosto jovem do meu pai.
É, pai, o destino não se mostrou nem tem se mostrado, desde sempre, nada fácil de cumprir. Nada fácil, pai. Seja como for, tenho pago os preços todos, pai; tenho tentado me mostrar digna do exemplo que a tua vida me deixou. Tenho tentado, pai.