CAMPINA GRANDE

Campina Grande

“Alô alô minha Campina Grande, quem te viu e quem te vê não te conhece mais”... A frase desta música de Severino Ramos cantada por Jackson do Pandeiro justifica com precisão o que esta cidade evoluiu ao longo dos anos.

Terra de clima agradável, população hospitaleira e celeiro de grandes artistas, traz em seu seio a fama de’ capital do trabalho’ e o título de ”Rainha da Borborema” não da boca pra fora. Durante muitos anos foi, e ainda é, grande polo comercial, cultural e tecnológico desta região.

É certo que muitas mudanças aconteceram de fato, alguns pontos tradicionais já não existem mais. Quem tem mais de 40 deve se lembrar de Ozaga Móveis, localizada as margens do mais simbólico cartão postal da cidade, onde também abrigava o Posto Berro D’água, e a saudosa Caranguejo, importante cachaçaria que fez a cabeça de muitos ilustres cidadãos campinense; A Maria Fumaça, o Céu e o Cave Pizza, do meu amigo Carlinhos, embalaram no milênio passado muitos namoros que perduram até hoje; Não podemos esquecer-nos do Curtume dos Motta com sua imponente chaminé, mirando os pedalinhos disponíveis a população no bar “2002”; Existia também o “2001”, na extensão do posto homônimo. Mais à baixo um pouco, onde também se fazia a cabeça, havia o “Pela Poico”, Poico mesmo: Um conglomerado de barbeiros ao ar livre, que por centavos repaginavam o visual dos feirantes de toda micro região. Bares, Boates, Choperias e lanchonetes faziam sucesso nesta época: A Cabana do Possidônio, O Boi na Brasa, O Ricão Gaúcho, Manoel da Carne de sol, eram restaurantes famosos. O Mundo dos Sucos, Polimar, Cantinho Lanches, Flórida e Pinguim eram ponto certo nos fins de semana das famílias. A Esquina, O Charriot, O Galeto, Boião, Barroco, Aplauso, Barrôbar, Chopinho, Refavela, Chopp Do Alemão, Visual e O Buracão, faziam a alegria da juventude ‘entendida’ da cidade.

O comércio, fortemente aquecido pelo “Ouro Branco”: O algodão, principal fonte de riqueza da região, atraia clientes até de outros estados. P. Martins, P. Coutinho, Z. Albuquerque, Bombonzão, J. Epaminondas Braga, Casa do Estofador, Laboremus, A Casa Forte, Armarinho Progresso e Napy Miudezas, abasteciam de aviamentos à bicicletas toda população. Casa das Canetas e A Sempre Viva vendiam artigos finos. Em se tratando de moda, nada era mais atual e antenado que A Jet- Set. B. Bezerra expunha em suas vitrines além de armas e artigos de caça e pesca, animais empalhados que chamavam a atenção da criançada. A Bola, Casas Pernambucanas e As lojas Brasileiras, vendiam de artigos esportivos a sandálias ‘Katina Surf’. Uva passa, maça, pera, e outros artigos “de luxo” só eram consumidos em caso de internação hospitalar ou em ocasiões especiais tipo: natal e fim de ano, porém, só eram encontradas nuns fiteiros na calçada das Damas, na Casa das Frutas, em frente ao Colégio Alfredo Dantas ou no estreito “O Globo”.

Na época, onde o fluxo de carros era bem menor que hoje, as ruas e becos da cidade tinham nomes pitorescos: Beco do 31, Beco dos Bêbados, Beco do Açúcar, Beco da pororoca, Beco da Só cal, Beco da Facada, Beco da Pavôa: Carinhosamente chamado de “Beco do Boticário” devido seu mau cheiro peculiar, e O Beco do 'Priquito'. Havia também lugares com nomes exóticos como: A Volta de Zé Leal, Baixa do Califon, Travessa Tiradentes: Próximo a Igreja do Besouro, Boninas, Cova da Onça, Rua das Castanholas, Rua da Floresta, onde havia a mais tradicional quadrilha junina, a 4 de outubro e as “Zimbira” que dividia-se em: Zimbira oriental e Zimbira ocidental.

Alguns nomes se preservam até hoje. A florida, por exemplo, mudou-se de lugar e de ramo: É uma oficina mecânica do meu amigo Augusto, que é filho do antigo proprietário da original Florida citada acima. A Jet Set continua a mesma, porém, em meu ponto de vista, não exprime mais aquele glamour de antigamente devido à globalização. A Laboremus existe há 90 anos na mesma família. A 4 de Outubro e a Rua Da Floresta são: Major Manoel Jovino do Ó e João Lourenço Porto, respectivamente, contudo, continua no imaginário campinense seus antigos nomes.

Desculpem-me por eventuais esquecimentos de alguns estabelecimentos que foram ou são de suma importância para o desenvolvimento da cidade que não foram citadas nesta viagem histórica.

Hoje contamos com diversos monumentos e empreendimentos que provavelmente comporão a futura história de Campina Grande, ocupando lugares muito simbólicos para o patrimônio da cidade: O Museu de arte popular da Paraíba, conhecido como “Museu dos três pandeiros” O Parque da criança, O monumento a Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, Mundo Plaza (antiga Caranguejo), e o mais novo monumento aos 150 anos de campina grande, ainda em construção, como também, ‘A maior estátua do mundo’, que será construída na entrada da cidade: A estátua do padroeiro do Nordeste (São João), com 100 metros de altura, terá o dobro da atual maior estátua do mundo que fica em Santa Rita de Cassia, RN. Com 50 metros de altura.

São por estes e outros motivos, que faz Campina sempre grande, promissora e bonita, consolidar-se como grande expoente do interior do Nordeste, ou quiçá do Brasil.

Parabéns. Campina Grande tá bonita, tá mudada, muito bem organizada cheia de cartaz.

M. C. MEIRA 16/07/2014

MAERSON MEIRA
Enviado por MAERSON MEIRA em 16/07/2014
Reeditado em 18/07/2014
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